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31/07/2007 - 09:15

Brasília sedia 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas


Fundada nos anos 80, a Aliança dos Povos da Floresta quer retomar agenda de lutas pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia e outros biomas quase 20 anos depois da morte de Chico Mendes

Índios, seringueiros, ribeirinhos, pescadores, catadoras de coco, além de organizações da sociedade civil da Amazônia e de outros cinco biomas brasileiros, vão retomar uma aliança histórica: o2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, que ocorrerá entre os dias 18 e 23 de setembro, em Brasília. O evento é promovido pela Aliança dos Povos da Floresta, composta pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), e o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

O segundo encontro acontece quase 20 anos depois da primeira edição, que ocorreu paralelo ao 2º Encontro Nacional dos Seringueiros, em 1989, em Rio Branco, no Acre, sob a influência do líder seringueiro Chico Mendes, assassinado um ano antes.

O desafio colocado pela retomada da articulação é tentar unificar os interesses comuns dos povos que vivem na Amazônia e nos biomas: Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Pampa e Pantanal. Além da conservação da floresta e da distribuição de renda, as discussões enfocarão temas que estão na ordem do dia, como mudanças climáticas e grandes obras de infra-estrutura.

Também serão debatidas alternativas à implementação de políticas públicas e ao desenvolvimento sustentável dos povos da floresta. Além disso, será proposta a consolidação de um "PAC Socioambiental", a ser apresentada pela aliança a governos.

A abertura do encontro está marcada para o dia 18 de setembro, no Teatro Nacional, em Brasília. As atividades ocorrerão em uma área que será montada no Jardim Zoológico de Brasília. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site povosdasflorestas.org.br.

Mobilização - Segundo o coordenador-geral da Coiab, Jecinaldo Saterê-Mawê, a retomada da aliança significa a abertura do diálogo do movimento com o governo e a cooperação internacional. “Nas últimas duas décadas, cada entidade atuou individualmente, mas agora é preciso de uma agenda unificada. As comunidades indígenas não aceitarão o modelo de desenvolvimento econômico que leva à miséria a população da Amazônia”, diz.

O diretor do Conselho Nacional dos Seringueiros, Júlio Barbosa de Aquino, afirma que o Brasil avançou na luta pela proteção aos povos das florestas. Contudo, ele defende que o debate exceda os limites amazônicos. "Precisamos discutir os problemas que ocorrem em outros biomas, que são igualmente importantes, ricos em biodiversidade e com uma população expressiva vivendo nesses ecossistemas”, destaca.

“O segundo encontro será um momento para ampliar e fortalecer as nossas alianças e conscientizar sobre os efeitos das mudanças climáticas. Também vamos definir uma agenda a fim de acelerar o processo de redução da pobreza entre as comunidades das florestas”, afirma o secretário-geral do GTA, Adilson Vieira. De acordo com dados da entidade, o país possui 4,7 milhões de quilômetros quadrados de floresta, o equivalente a 55% do seu território.

História do Encontro - O I Encontro dos Povos das Florestas aconteceu simultaneamente ao II Encontro Nacional de Seringueiros, em Rio Branco, entre 25 a 31 de março de 1987. Participaram 187 delegados seringueiros e indígenas do Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Rondônia.

Durante o evento, a Aliança dos Povos da Floresta foi constituída. Sua principal reivindicação era o reconhecimento oficial e a defesa das terras dessas populações, a implementação de políticas que garantissem sua sobrevivência e sua cultura.

Chico Mendes foi um dos grandes inspiradores do encontro, que foi realizado ainda sob o impacto de sua morte. O líder seringueiro foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri (AC).

Aliança dos Povos das Florestas - COIAB – A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) surgiu em 1989, com objetivo de articular estratégias de luta desenvolvidas pelas organizações indígenas da Amazônia. A Ong tornou-se referência para o fortalecimento e consolidação do movimento em defesa dos direitos coletivos dos povos indígenas, conquistados na Constituição de 1988. A Coiab reúne hoje em sua base política 75 organizações regionais, que articulam centenas de outras entidades indígenas locais e 165 povos indígenas.

CNS – Criado em 1985, o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) é uma organização de âmbito nacional, que representa trabalhadores agroextrativistas organizados em associações, cooperativas e sindicatos. A Ong luta pela melhoria da qualidade de vida, pelo uso sustentável dos recursos naturais da Floresta Amazônica e pelo direito a terra.

GTA – A Rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) atua desde 1992 na Amazônia Brasileira. A Ong é formada por dezoito coletivos regionais em nove estados brasileiros. A GTA trabalha em experiências ligadas à mudança do paradigma de desenvolvimento humano na Amazônia e atua diretamente nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Tocantins, Pará, Maranhão e Mato Grosso, ou seja, em toda a Amazônia Legal.

2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, de 18 a 23 de setembro de 2007, em Brasília – Distrito Federal/Brasil. Informações pelos telefones (61) 3036-6363 – 3033-3418 | Site: povosdasflorestas.org.br

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