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22/09/2011 - 09:50

Pesquisadores se reúnem em Arraial d’Ajuda para definir estudos inéditos com corais

Coral Vivo coordenará workshop com presença de diferentes universidades, de 23 a 26 de setembro (sexta a segunda-feira).

Com o objetivo de fomentar o conhecimento científico sobre os futuros efeitos das mudanças climáticas no mar do Brasil, os pesquisadores do Projeto Coral Vivo coordenam entre os dias 23 e 26 de setembro (sexta a segunda-feira), um workshop com especialistas de diferentes áreas e universidades. Eles irão apresentar e discutir os primeiros experimentos que serão feitos no mesocosmo marinho. Trata-se de sistema de pesquisa de ambientes marinhos inédito na América do Sul, ligado ao mar 24 horas por dia, e recém-lançado em Arraial d’Ajuda, sul da Bahia. É o terceiro sistema do tipo em todo o mundo - o primeiro foi lançado na Austrália em 2010. A iniciativa conta com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, e co patrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque.

De acordo com o biólogo Emiliano Calderón, pesquisador associado do Projeto Coral Vivo e organizador desse encontro, serão feitas diversas avaliações do sistema de mesocosmo para que se possa definir a melhor maneira de uso em todos os experimentos propostos. “Iremos discutir também quais serão os valores de temperatura, grau de acidez (pH), luminosidade, bem como outros detalhes”, explica Calderón, que é professor visitante do Museu Nacional / UFRJ. Periodicamente, serão avaliados aspectos da fisiologia desses animais como a formação de esqueleto, o crescimento e a nutrição. “Ao final de alguns meses de experimentos, teremos um indicativo muito forte sobre o que pode acontecer nas próximas décadas no mar brasileiro”, espera Clovis Castro, biólogo marinho, coordenador do Projeto Coral Vivo e professor do Museu Nacional / UFRJ.

Estudos simultâneos- Castro afirma haver interesse em reunir estudos simultâneos com diferentes grupos de pesquisa uma vez que a ideia é a troca contínua de dados. “Juntos, podemos gerar estudos mais precisos aqui no Brasil”, diz. Na base do Coral Vivo de Arraial d’Ajuda, já são feitos distintos tipos de pesquisa, tais como: fertilização de corais “in vitro”, mapeamento físico do Recife de Fora, avaliações no mar e em outros viveiros de circulação fechada, por exemplo. O mesocosmo marinho é a mais nova ferramenta de trabalho. Emiliano Calderón explica que a formação de parcerias será útil tanto para complementar os estudos já em curso quanto para as novas propostas de pesquisa.

Com a Rede de Pesquisas Coral Vivo, também patrocinada pela Petrobras, será fornecido apoio logístico a determinado número de projetos de pesquisa relacionados a ambientes recifais. O início das inscrições está previsto para outubro e elas serão feitas em formulário que estará disponível no site do Projeto Coral Vivo (www.coralvivo.org.br). Qualquer pesquisador vinculado a uma instituição de pesquisa poderá submeter o seu projeto para seleção por comissão de seleção.

Branqueamento de corais-Um dos maiores indícios de estresse sobre os corais já é percebido no Brasil: o branqueamento. “A urgência de fazermos estudos específicos em um mesocosmo marinho culminou no ano passado por causa das alterações de cor que observamos desde o Rio Grande do Norte até a Baía da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, mostrando que não é algo local, mas sistêmico e global”, relata o coordenador do Projeto Coral Vivo. O novo sistema de pesquisa permitirá estudos mais complexos, com resultados mais próximos da realidade para ser possível fazer algumas projeções e estimativas.

A preocupação mundial sobre o destino dos recifes de coral em relação às mudanças climáticas teve início a partir da década de 1980. Foram observadas mortalidades de recifes inteiros nos oceanos Pacífico e Índico e no Mar do Caribe. Clovis Castro conta que cada espécie reage de forma diferente e que algumas só existem aqui no Atlântico Sul. “Por isso, a importância desses estudos específicos com a nossa fauna e flora marinha”, justifica. “Os corais são animais que podem ter uma alga unicelular que vive dentro do tecido deles. Quando o coral sofre um estresse, ele expulsa essa alga, e, como a cor do coral é dada por ela, o seu tecido fica um pouco transparente, o que é o motivo da aparência branca”, explica o pesquisador.

Coral Vivo- Voltado para pesquisa e educação para a conservação e uso sustentável dos ambientes recifais e das comunidades coralíneas brasileiras, o Projeto Coral Vivo atua de forma integrada, multidisciplinar e multi-institucional. Ele é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental e é copatrocinado pelo Arraial d’Ajuda Eco Parque. Possui três principais vertentes: geração de conhecimento (pesquisa), ensino e educação ambiental, além de sensibilização e mobilização da sociedade. Com sede no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, montou a sua primeira base em Arraial d’Ajuda, sul da Bahia, onde ficam unidades de conservação que reúnem uma das maiores biodiversidades de ambientes coralíneos do Brasil. Ainda em 2011, irá inaugurar uma base em Búzios, no Rio de Janeiro, onde está sendo implantado o Centro de Visitantes do Parque Municipal Natural dos Corais, através de convênio com a prefeitura local. [ www.coralvivo.org.br e também pelas redes sociais www.twitter.com/Coral_Vivo e www.facebook.com/coralvivo].

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