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28/10/2011 - 08:50

Pesquisa internacional coloca brasileiros em segundo lugar em hábitos sustentáveis de consumo

A segunda colocação obtida pelo Brasil no Índice de Comportamento Ambientalmente Sustentável apurado em pesquisa da National Geographic e GlobeScan, em 17 países, revela um bom avanço do país em quatro quesitos pesquisados, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido até uma situação ideal. Esta foi a conclusão dos participantes do Ciclo de Debates Abralatas, que acompanharam a divulgação dos resultados da pesquisa, em evento realizado nesta quinta-feira, na Câmara dos Deputados.

“Percebemos que há uma preocupação crescente do consumidor brasileiro por produtos de menor impacto ambiental, por embalagens mais sustentáveis, por hábitos mais saudáveis. A pesquisa confirma essa situação, mas indica que podemos melhorar ainda mais nossos comportamentos”, avaliou Renault Castro, diretor executivo da Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade).

Segundo Tove Malmqvist, gerente de pesquisa da Global Insights & Strategy, GlobeScan Inc, o resultado obtido pelo Brasil, junto a seu mais recente desempenho no cenário internacional, tem despertado muito interesse por parte de grandes instituições e empresas multinacionais. O estudo mede o desempenho em itens como moradia, transporte, alimentação e bens e produtos.

Ao permitir um olhar mais acurado dos hábitos dos consumidores dos países pesquisados, o índice, consolidado para a National Geographic, tem despertado o interesse de empresas e instituições para os hábitos de consumo dos brasileiros, abrindo perspectivas de investimentos externos focados nos nichos identificados.

O Brasil obteve bom desempenho no item moradia, sobretudo pela economia de energia em comparação com países mais frios, que têm o consumo elevado pela necessidade de sistemas de aquecimento. No que se refere ao transporte, a pesquisa concluiu que os brasileiros, em geral, moram mais próximos do local de trabalho, compartilham o carro e utilizam o transporte público, fatores que determinam menor consumo de combustível.

Já no fator alimentação, o Brasil não está muito bem colocado na pesquisa. Segundo Tove Malmqvist, o hábito brasileiro de consumir carne vermelha e hábitos alimentares, como baixo consumo de fruta e verduras, não estão melhorando. No quarto e último item aferido, relacionado ao consumo de bens e produtos, a gerente da GlobeScan afirma que o país está “relativamente bem, posicionando-se contra produtos nocivos ao meio ambiente”.

Um dos participantes do evento, o economista Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios e diretor internacional do Growth Center, aponta o desempenho do Brasil na reciclagem de latas de alumínio como um dos indicadores do estágio em que o Brasil se encontra na relação entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente.

Segundo o consultor, o Brasil vivia o que ele chama de “escolha de Sophia”, fazendo a opção entre maior preservação ou mais crescimento. Agora o país estaria vivendo uma fase de transição para a economia verde, baseado no uso inteligente dos recursos, em princípios de proteção, preservação e reutilização.

“Não precisamos abrir mão de empregos e condições de vida se quisermos proteger o meio ambiente e crescer”, acredita ele. A transição para a economia verde, segundo Cláudio Frischtak, no entanto, “não acontecerá de forma automática, exigindo estímulos por meio de políticas públicas”.

O ex-deputado Fernando Gabeira, que também participou da divulgação da pesquisa, manifestou preocupação em relação à ingerência do governo em questões que podem repercutir sobre as condições ambientais. Para ele, “se o governo não atrapalhar, já estará dando uma grande ajuda”.

Gabeira lembrou que, como deputado, havia discutido várias vezes a reforma tributária, sem que, até hoje alguma mudança tenha acontecido neste sentido. E ele defende que uma revisão da política tributária brasileira deve privilegiar atividades voltadas para o desenvolvimento de uma economia verde. Ele criticou, por exemplo, “a voracidade tributária sobre a energia elétrica”, que é limpa e abundante no país.

Também o diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, defendeu um tratamento mais isonômico para os produtores de alumínio e de latas de alumínio. “Não queremos privilégios, mas que o setor tenha isonomia em relação a outros tipos de embalagens e que a cadeia de reciclagem seja desonerada”.

Como exemplo da falta de isonomia ele citou a incidência do ICMS sobre o mesmo produto que, no caso de uma lata de alumínio, pode ocorrer 12 vezes em um ano. “O ciclo de vida da lata é de 30 dias, o que significa que, num ano uma mesma lata entra 12 vezes no mercado, sendo tributada em cada uma das vezes”, o que não acontece com outras embalagens.

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