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19/11/2011 - 08:58

Fiocruz e ABIFibro educam comunidade contra o amianto

Entidades promovem ação educativa na Colônia Juliano Moreira sobre os males que o mineral pode causar à saúde e a necessidade que a população não compre produtos que o contém.

Conscientizar a comunidade carioca sobre os danos que o amianto pode causar à saúde do trabalhador e do consumidor em geral é o objetivo da parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Fibrocimento (Abifibro). Na quinta edição da Feira Anual do Campus da Fiocruz Mata Atlântica (CFMA), a ser realizada no dia 19 (sábado), as entidades vão levar informação à população da Colônia Juliano Moreira e arredores sobre as tecnologias nacionais que estão substituindo o uso deste mineral em produtos de fibrocimento com a mesma eficácia e sem a possibilidade de causar doenças como a asbestose, o câncer de pulmão e o mesotelioma.

O Estado e o município Rio de Janeiro já têm leis que proíbem produtos com amianto. No entanto a recente apreensão na capital fluminense de três mil toneladas de telhas com amianto pôs em alerta as autoridades do Rio de Janeiro. “Além de intensificar a fiscalização, é preciso educar a população para identificar e evitar a compra destes produtos que, ao que tudo indica, continuam sendo vendidos no Rio”, afirma João Carlos Duarte Paes, presidente da Abifibro.

Além do Rio de Janeiro, mais quatro Estado brasileiros (Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo) já proíbem o uso do amianto. O Brasil, entretanto, ainda não conta com uma lei federal de banimento do produto, ficando de fora da lista de 66 países que já proíbem este mineral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que todos os tipos de amianto causam doenças como asbestose, mesotelioma e câncer de pulmão e que não há limite seguro para a exposição humana a estes minerais. Todas as fibras do amianto estão classificadas pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), braço direito da OMS, como altamente cancerígenas.

A Abifibro tem alertado nos últimos meses sobre a necessidade de se intensificar a fiscalização. “As legislações restritivas ao amianto são grandes avanços no país e devem ser garantidas para que não haja um retrocesso diante desta questão de saúde pública”, conclui João Carlos. A proibição do amianto e a adoção destas fibras alternativas mais seguras podem colocar o país no caminho de um desenvolvimento sustentável.

Como alternativa ao uso do amianto nos produtos de fibrocimento, a Abifibro promove a adoção de tecnologias e insumos ambientalmente responsáveis e reconhecidamente seguros à saúde pública, tanto no processo de produção, como na utilização pelos consumidores. O Brasil já conta com essa tecnologia e matérias primas como o Polipropileno (PP), aqui produzido e o Poli Álcool Vinílico (PVA), importado do Japão e da China, analisadas e aprovadas pelo Ministério da Saúde e viáveis economicamente.

Para o consumidor, além da questão saúde, não há impacto econômico na escolha de produtos sem amianto, já que os produtos contendo o mineral terão um custo adicional no momento do descarte, por ocasião das reformas ou quebras que gerem resíduos, considerados perigosos (categoria D), conforme Resolução CONAMA nº 348/04, confirmada pela Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o que requer um trato especial e de alto custo.

Ainda sobre os impactos econômicos do banimento do uso do amianto, um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o primeiro realizado por uma universidade brasileira sobre o tema, atesta que não haverá impacto significativo na economia brasileira com o banimento do amianto na construção civil do país. A Unicamp ressalta que os efeitos do banimento poderão ser facilmente compensados pela ampliação de investimentos e dos empregos em tecnologias alternativas, tanto dentro da própria indústria de fibrocimento, quanto em outros setores encadeados.

.[V Feira Anual do CFMA - Loucos pela Mata Atlântica, dia 19 de novembro (sábado),das 10h às 16h,no Campus Fiocruz da Mata Atlântica (Pavilhão Agrícola da Colônia Juliano Moreira) O evento é gratuito. Mais informações ligue (21) 2448-9008 (Glaucia e Flavia).]

A Feira Anual do CFMA é realizada desde 2007 através do convênio estabelecido entre a Fiocruz e o Viva Rio. Neste ano, o objetivo é articular a memória de ocupação da Colônia Juliano Moreira, onde está localizado o CFMA, com as atuais questões ambientais e urbanas. De engenho de cana-de-açúcar no século XVII à colônia de trabalho agrícola para pacientes psiquiátricos em 1924, o território tem passado por inúmeras transformações. No momento, a mudança está na criação do novo bairro Colônia, fruto de investimentos públicos. A proposta, portanto, é valorizar a diversidade cultural e a preservação ambiental, em sintonia com a ocupação urbana.

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