Fundação Amazonas Sustentável leva experiência em comunidades do Amazonas para a COP17

Baseada nos resultados práticos de seus programas, a FAS pretende colaborar com as discussões internacionais que envolvem a Conferência.

Entre os dias 28 de novembro e 09 de dezembro de 2011, acontecerá em Durban, África do Sul, a 17ª Conferência das Partes (COP17) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Na ocasião, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) levará suas experiências com ações para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas de Unidades de Conservação (UCs) do Estado Amazonas. Além de acompanhar as negociações internacionais que estão em tramitação, a Fundação será organizadora do evento Amazon Evening, em parceria com o Center for International Forestry Research (CIFOR, sigla em inglês para Centro para Pesquisa Florestal Internacional) e participará de alguns eventos paralelos como o Forest Day 5.

“Temos muitas iniciativas com bons resultados que podemos compartilhar com o mundo. Estamos definitivamente contribuindo para mudar o paradigma de desenvolvimento e fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada”, afirma Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação, que estará na COP17 com outros três membros da equipe: Gabriel Ribenboim (Gerente do Programa Internacional da FAS), Victor Salviati (Coordenador de Projetos Especiais) e Luiza Lima (Analista de Projetos).

O Projeto Juma, primeiro do mundo a receber a classificação ouro no padrão Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB), foi eleito pela Rainforest Alliance como o melhor exemplo de monitoramento e metodologia de avaliação em 2010. No ano de 2011 a FAS em parceria com o Banco Mundial, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e a Carbon Decisions International desenvolveram e aprovaram uma nova metodologia para medir as reduções de emissão por “desmatamento não planejado”, contribuindo de forma significativa para consolidar um mercado global de carbono. Em 2012, o Projeto Juma iniciará sua segunda certificação no padrão VCS (Verified Carbon Standard).

O objetivo da FAS com essa participação é colaborar com as discussões internacionais por meio de seus projetos nas áreas de pagamento por serviços ambientais, projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação (REDD) e tecnologias de organização social fruto de sua experiência com 572 comunidades em áreas de florestas. Exemplos já podem ser vistos nas atividades que a FAS ajuda a implementar em outros países. A Cooperação Sul-Sul com países da bacia do Congo e Moçambique auxilia o desenvolvimento de uma estratégia nacional de REDD baseada no Programa Bolsa Floresta. Esse tipo de cooperação muda a perspectiva de que a transferência de conhecimento apenas acontece dos países ricos para os países pobres.

Além de mudanças climáticas, a FAS também trabalha com outras questões importantes relativas ao desenvolvimento sustentável de comunidades ribeirinhas. Reforçar o papel da mulher na sociedade é um aspecto relevante. Tendo mais de 7.200 famílias cadastradas no Programa Bolsa Floresta (PBF), o acordo de “desmatamento zero” é feito com as mães de família. Apoiar a organização e capacitação das associações de moradores em 15 unidades de conservação como forma de empoderamento social. Fomentar atividades de geração de renda, como os investimentos em boas práticas de coleta e infraestrutura comunitária que, associados a uma parceria com cooperativa local, fizeram o preço da castanha do Brasil subir de R$ 4,00 para R$ 18,00 a lata, que contem entre 10 e 12kg do produto. Outro exemplo, ainda sobre geração de renda, é a implantação de 14 planos de manejo florestal em comunidades na reserva do Rio Negro. A madeira, antes vendida ilegalmente entre R$ 100 e R$ 300, passou a ser vendida entre R$ 350 e R$ 500. Apenas em uma comunidade da reserva, o faturamento vai chegar a R$ 134 mil, aumentando significativamente a renda das famílias.

O sucesso deste trabalho é comprovado pelos próprios beneficiários. Em pesquisa realizada por um instituto independente, 85% dos comunitários ouvidos acreditam que a vida melhorou depois da implantação do Programa Bolsa Floresta e 94% afirmam que o programa deve continuar.

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma instituição sem fins lucrativos, não- governamental e sem vínculos político-partidários, fundada no dia 20 de dezembro de 2007, por meio de uma parceria entre o Governo do Estado do Amazonas e o Banco Bradesco. A missão da FAS é promover o envolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades residentes nas Unidades de Conservação (UCs) do Estado do Amazonas, em uma área de mais de 10 milhões de hectares, por meio da valorização dos serviços e produtos ambientais. A FAS tem como prioridade implementar o Programa Bolsa Floresta (PBF), que é o primeiro projeto do Brasil certificado internacionalmente para recompensar as populações tradicionais pela manutenção dos serviços ambientais prestados pelas florestas. Mais informações pelo site da FAS e nas redes sociais Facebook e Twitter.