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18/09/2007 - 10:37

Sistema Firjan promove seminário sobre Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

E BNDES estuda lançar fundos de investimento de crédito de carbono.

Novos negócios entre empresas brasileiras e japonesas em projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), instrumento previsto no Protocolo de Kyoto, que permite a redução das emissões de gás de efeito estufa de maneira economicamente viável, foram discutidos no dia 17 de setembro, em seminário realizado pelo Sistema Firjan, em parceria com o Japan Bank for International Cooperation (JBIC) e com o Japan Carbon Finance (JCF). Representantes de empresas de ambos os países, dos bancos de fomento japonês e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), dos Ministérios da Ciência e Tecnologia (MTC), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) discutiram oportunidades em setores estratégicos, como siderurgia, alumínio, alimentos, papel e celulose, energia, química e petroquímica, dentre outros.

Pelas regras do MDL, países desenvolvidos com metas de redução das emissões de dióxido de carbono podem investir em projetos que diminuam as emissões em qualquer outro país, e contabilizarem as emissões não realizadas em sua cota. O Brasil tem, atualmente, 234 projetos de MDL em estágio de validação, correspondentes a 10% do total de projetos em todo o mundo, segundo o MTC, lembrou Carlos Mariani, vice-presidente do Sistema Firjan. “Dos projetos já registrados pela Organização das Nações Unidas (ONU), a participação brasileira soma 105”, acrescentou ele. A maior parte da demanda registrada, prosseguiu, é dirigida para o setor elétrico. “Este também é um setor estratégico para o nosso estado e nosso país, e é nossa intenção contribuir para a ampliação desses números”, ressaltou Mariani.

A seu ver, a luta contra o aquecimento global encontra complementaridade entre o Brasil e o Japão, além de propiciar a revitalização das relações econômicas entre os setores públicos e privados de ambos os países, coincidindo com a comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil, no próximo ano.

O embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, concordou que os projetos de MDL são um dos pontos relevantes na área de cooperação bilateral. O governo japonês, disse ele, está fortemente engajado no enfrentamento das mudanças climáticas. “Recentemente, o Japão apresentou proposta de cortar pela metade a meta de longo prazo, até 2050, de redução dos gases de efeito estufa”, disse ele.

Takahiro Hosojima, diretor da Divisão 2 do Departamento de Financiamento Internacional 3 do JBIC, informou que há cerca de 250 companhias japonesas interessadas em comprar créditos de carbono de empresas brasileiras.

O mais recente levantamento da ONU mostra que o número de projetos de MDL em todo o planeta soma 2.393, sendo que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial, com 235 projetos, superado apenas pela China e Índia, com 737 e 727 projetos, respectivamente. Logo abaixo do Brasil, está o México, com 174 projetos. Ao apresentar os dados, Marcelo Theoto Rocha, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-ESALQ/USP), destacou que mais importante do que o número de projetos é a capacidade de gerar créditos de carbono. Em outras palavras, do volume de créditos de carbono que podem ser gerados até 2012, de um bilhão de toneladas equivalentes de CO2 (dióxido de carbono), o Brasil aparece em segundo lugar, com 150 milhões de toneladas, abaixo apenas da Índia, com 350 milhões de toneladas, e bem à frente da Coréia do Sul e do México, com 100 mil e 60 mil toneladas.

São números que evidenciam o potencial competitivo brasileiro no mercado primário de carbono, que já conta com o mercado secundário para negociação internacional de títulos, concentrada em Londres. Rocha lembrou, ainda, a indústria crescente dos fundos de investimento desse segmento.

No Brasil, o BNDES está em fase final de estruturação de um fundo específico, que terá o apoio de cerca de R$ 500 milhões do MDIC, disse Marcos Otávio Bezerra Prates, diretor do Departamento de Competitividade do ministério.

O BNDES-Participações (BNDES-Par) deve anunciar esta semana os gestores de dois fundos- piloto de investimento em desenvolvimento limpo. Os fundos têm foco em projetos com potencial de gerar créditos de redução de CO2, no âmbito do MDL do Protocolo de Kyoto, adiantou Otávio Lobão Vianna, gerente da área de mercado de capitais do banco.

As propostas apresentadas superaram as expectativas, revelou. Eram esperados projetos de fundos de investimento em desenvolvimento limpo de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. Há propostas de até R$ 400 milhões. O banco esperava, no máximo, a apresentação de propostas de cinco fundos com 10 projetos. Surgiram propostas de três fundos com 20 projetos. | www.firjan.org.br

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