Furnas promove campanha para combater queimadas

A seca que atinge vastas regiões do Brasil é uma preocupação a mais para o setor elétrico. A estiagem aumenta exponencialmente a possibilidade de surgimento de incêndios que atingem as linhas de transmissão, podendo causar desligamentos e apagões. Para combater as queimadas, principal causa dos incêndios no interior do país, Furnas está promovendo campanhas visando conscientizar as populações que vivem ao longo das linhas de transmissão do perigo causado pela prática à segurança da comunidade e ao fornecimento de energia do país.

As campanhas de Furnas contra as queimadas são uma tradição na empresa - desde 1986 elas são realizadas - e são fruto de um trauma. "Em 1985, o país passou por uma longa estiagem e os incêndios provocados pelas queimadas ocasionaram cerca de 50 desligamentos no sistema de distribuição. Esse é um número muito alto", conta engenheiro Ricardo Abdo, da Divisão de Linhas de Transmissão de Furnas.

O público-alvo das campanhas são as famílias que moram no entorno das linhas de transmissão. Para atingi-lo, são usados anúncios em jornais e rádios e distribuídos folders, cartazes e até calendários. "A idéia é que os comerciantes pendurem os calendários em seus estabelecimentos", explica Ricardo. Este ano, foram confeccionados cinco mil calendários e dois mil cartazes.

Na luta contra as queimadas também não é esquecido o bom e velho corpo-a-corpo. "Os técnicos responsáveis pela manutenção das linhas de transmissão, quando vão entregar o material de divulgação, conversam com os moradores da região, principalmente os fazendeiros, alertando sobre os perigos das queimadas", diz Ricardo.

Nesse ano, a campanha foi em busca de um público estratégico: as crianças. Entre 25 de junho e 6 de julho, estudantes dos 34 municípios lindeiros (que fazem fronteira) com o lago da Usina de Furnas, em Minas, participaram de um concurso de redação do Projeto Amigos da Natureza, que teve o tema "Queimadas, apague essa idéia". Cerca de 150 mil crianças participaram e 6.800 ganharam kits com caneta, camiseta, agendas, mochila e bolsa). Como a proposta do projeto é que cada estudante transmita o conhecimento que adquire sobre o meio ambiente para mais duas pessoas, calcula-se que cerca de 450 mil pessoas foram sensibilizadas para o tema.

Toda essa mobilização contra as queimadas tem dado resultado. A média anual das ocorrências de desligamentos por queimadas entre 1990 e 1999 foi de 39, enquanto que a média de 2000 a 2006 foi de 21. Uma queda ainda mais significativa diante do fato de que, de 1985 a 2007, houve a extensão da malha de transmissão. A luta contra as queimadas é estratégica para Furnas.

As interrupções de energia causadas pelas queimadas provocam mais do que danos ao meio ambiente. "Quando uma linha de transmissão pára, toda a sociedade perde: são residências que ficam às escuras, fábricas não funcionam e hospitais adiam cirurgias, colocando em risco a vida das pessoas", explica Ricardo, lembrando ainda que Furnas perde receita pelo período que a linha de transmissão fica fora de operação.

Essas são as orientações passadas por Furnas em sua campanha contra as queimadas: *Nunca colocar fogo debaixo ou nas proximidades das linhas de transmissão | *Evitar o cultivo de plantações de fácil combustão, como cana de açúcar, sob as linhas de transmissão, para que não haja risco de fogo acidental | *Não deixar a vegetação já cortada sob as linhas de transmissão, usando sempre meios mecânicos ou manuais para executar a limpeza da faixa de segurança | *Não soltar balões.| Por: AE