Riovivo Ambiental investe R$ 320 mil para reduzir odores

Empresa proprietária da Estação de Efluentes Industriais e Sanitários de Brusque está instalando tecnologia de ponta

Situação normal em todas as estações de tratamento de efluentes (ETE), o odor ocasionado pelo processo químico em Brusque deve ser consideravelmente reduzido em até seis meses. Isso porque a Riovivo Ambiental, empresa que administra e é proprietária da ETE industriais e sanitários do município, investiu R$ 320 mil para a instalação de equipamentos que irão reduzir a emissão de gases.

Para isso, foi adquirido um lavador de gases com capacidade de tratamento de 9.300 metros cúbicos por hora. Com o processo, alguns tanques da ETE serão fechados, canalizando e tratando a maioria dos gases gerados pela estação. Os novos equipamentos devem estar em funcionamento pleno em julho.

De acordo com o diretor da empresa, Guilherme Ennes, as estações de tratamento de efluentes ocasionam um odor característico do processo químico para a devolução dos produtos ao meio ambiente sem proporcionar nenhum dano ambiental. “As indústrias têxteis geram efluentes devido ao tingimento de tecidos. Normalmente, as matérias-primas e os corantes utilizados são compostos à base de enxofre ou outros elementos que possuem um odor característico deste setor”, explica Ennes.

Além do investimento, a Riovivo Ambiental, firmou um acordo com a população do entorno, mediado pelos técnicos da Fundema, demonstrando, através de uma carta aberta, todos os investimentos que a Riovivo vem fazendo e ainda irá fazer na busca de melhorar ainda mais a qualidade do tratamento. Faz parte deste acordo a formação de um comitê composto por moradores, presidente da associação de bairros e um técnico da Fundema, que farão visitas freqüentes à estação, a fim de acompanhar de perto a evolução destes investimentos. Este acompanhamento já se iniciou e duas visitas já foram realizadas.

Tecnologia pioneira no País -A ETE de Brusque é a maior estação de tratamento de Santa Catarina e a única no País que utiliza a tecnologia de poço profundo - deep shaft. Este procedimento é muito empregado no Japão e em países onde há necessidade de reutilização de água e também onde a realização do tratamento é feita perto de centros urbanos. Esses resíduos chegam à estação, onde são tratados com um reator aeróbio de 4 metros de diâmetro por 60 metros de profundidade, alimentado por ar comprimido garantindo a eficiência no tratamento biológico.

Desde 1997, a empresa opera o tratamento de efluentes no Vale do Itajaí, em Santa Catarina onde se concentra grande parte da indústria-têxtil do país. A riovivo, desde o início de sua operação, já tratou mais de 35 milhões de metros cúbicos de efluentes. O trabalho da Riovivo consiste em recolher, por meio de uma rede de esgoto de 40 quilômetros instalada em Brusque, atendendo a mais de 100 empresas entre elas Arcellor Mital, Florisa, RenauxView, Fatre, Heil, HJ Malhas, Latina, Sancris e Zen e outras. Por meio de caminhões de grande capacidade de transporte, a Riovivo consegue atender a diversas cidades, trazendo novos negócios a Santa Catarina e Brusque.

Além disso, teria capacidade para atender o esgotamento sanitário de Brusque, com um investimento extremamente baixo, se comparado aos números do setor, pois 70% do investimento já foi realizado pela prefeitura em outros governos. “Temos uma capacidade ociosa de 50% e esperamos evoluir com as negociações para tratar o esgoto sanitário que será coletado utilizando a rede de 50 quilômetros já existente na parte central da cidade, que, apesar da necessidade de reparos, poderá ser utilizada”, aponta Ennes.

A Riovivo segue em busca, em Santa Catarina e em outros estados, oportunidades de negócios nas áreas de efluentes industriais, saneamento básico e tratamento de água. Recentemente, a empresa fechou contrato com a prefeitura de Sertãozinho, no interior do estado de São Paulo, por meio de licitação, para a operação da estação de tratamento de esgoto doméstico da cidade com população equivalente a 120.000 habitantes.