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16/06/2012 - 08:17

Trinta e sete CEOs do setor financeiro anunciam compromisso com o capital natural na Rio+20

“Declaração do Capital Natural” chama por decisores políticos na conferência mundial para avançar na contabilização do capital natural.

Rio de Janeiro - CEOs à frente de 37 bancos, fundos de investimentos e companhias de seguros anunciaram hoje na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20, um compromisso de longo prazo para trabalharem na integração das considerações do capital natural em seus produtos e serviços.

Com o lançamento da Declaração, os executivos colocam suas empresas diante do compromisso de ajudar a construir um entendimento de suas dependências e impactos sobre o capital natural, a inclusão do capital natural em seus produtos e serviços, reports e divulgação sobre o tema e contabilização do capital natural em seus quadros de contabilidade.

A Declaração também chama por decisores políticos reunidos na Conferência Mundial, para avançarem na elaboração de legislação e regulamentos que incentive o desenvolvimento de produtos e serviços que levem em consideração e mantenham o capital natural da Terra.

Essa é a primeira declaração feita desse tipo, a ser assinada exclusivamente por CEOs de instituições do setor financeiro – uma exigência que visa assegurar que as assinaturas se tornem ações concretas.

A Declaração complementa outras iniciativas também presentes na Rio+20, que estão trabalhando em direção ao propósito de incluir as considerações do capital natural nos negócios, finanças e sistemas nacionais de contabilização.

Ela é convocada pela UNEP FI (Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), GCP (Global Canopy Programme) e GVces (Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-EAESP).

“Há vinte anos atrás, a conferência no Rio focou na importância do meio ambiente e os serviços que eles nos oferece. Ainda, nas duas décadas que se passaram, esse pensamento não deu sua volta completa. Minha esperança é de que a Declaração do Capital Natural seja o começo de uma longa jornada em que as instituições financeiras colocarão todo o seu peso na ponta da balança, para recliná-la da degradação dos ecossitemas para sua gestão sustentável – para nossas comunidades, negócios e países” diz o Diretor Executivo e Subsecretário da UNEP, Achim Steiner, que falou hoje no lançamento.

A importância do capital natural -Na Declaração, os signatários afirmam que os membros de suas indústrias, as incorporações do setor e governo deverão dar melhor suporte sobre o atual e insustentável stress que suas atividades econômicas exercem sobre os ecossitemas.

Em um cenário ‘business as usual’ eles alertam que os danos causados aos ecossistemas do planeta, representa um risco para o bem-estar e segurança do meio ambiente para uma larga faixa da população.

A Declaração também reconhece o valor da biodiversidade e seus serviços ambientais, subjacentes à criação de riquezas, e portanto, a economia global.

O texto ainda destaca um crescente corpo de evidências, sugerindo que a erosão do capital natural global tem levado cada vez mais desafios aos negócios, sejam na forma de responsabilidade jurídica, crédito, reputação ou riscos regulatórios.

Liderança do setor financeiro

Na Declaração, as instituições financeiras reconhecem seu papel incentivador na mudança de uma economia marrom para verde, que resguarde a resiliência dos ecossistemas.

“Como parte de um setor que constitui o motor da economia global, nos consideramos os principais interessados em futuras discussões sobre valorização e proteção do capital natural e reconhecemos nosso papel central nas reformas necessárias”, diz o CEO Brasileiro do Infraprev, Frederico Aires Duque, que falou no lançamento hoje.

Mas eles lamentam a falta de entendimento entre os governos e suas indústrias em como a perda e degradação do capital natural pode impactar na linha de fundo e como as considerações do capital natural podem guiar suas decisões.

A Declaração apela para o setor público e privado para encontrarem, juntos, métodos adequados com os quais as instituições financeiras podem levar as considerações do capital natural para os procedimentos de avaliação de riscos, que são submetidos antes de tomar empréstimos e adquirir seguro.

Os signatários argumentam que a solução deve envolver os legisladores e que eles emitam sinais claros, confiáveis e de longo prazo ao mercado, sobre a necessidade das instituições financeiras, e outros negócios, na contabilização do uso de capital natural.

Suas recomendações específicas incluem: a implementação dos requisitos de divulgação dos impactos no capital natural, para as empresas |.Medidas fiscais favoráveis e úteis na valoração do capital natural|.A implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica|.Estabelecimento de um exemplo pelos governos na divulgação dos gastos públicos e contratos e eventualmente a prestação de contas sobre a contabilização no uso do capital natural |.Andrew Mitchell, diretor executivo do Global Canopy Programme disse: “Aceitando a necessidade de contabilizar a invisibilidade da natureza em nossa economia, é um dos pontos mais importantes que deve sair da Rio+20. O mundo está caminhando, sonâmbulo, para uma crise do capital natural com uma dívida de 4 trilhões ao ano, e essa perda um dia será o anão da nossa atual crise financeira. A Declaração e seu mapa definem como os riscos e oportunidades devem ser contabilizados pelo setor financeiro, pela primeira vez. Os CEOs que assinaram-na estão dando uma clara demonstração de seus papéis de liderança.”

“Temos que aproveitar o momento histórico da Rio+20, quando diferentes setores da sociedade se reúnem em prol de um objetivo comum, que é chegar a um consenso a respeito do futuro da humanidade. Estamos buscando aperfeiçoar os padrões de desenvolvimento de nossa civilização. Reconhecer o valor do capital natural é vital para que tenhamos sucesso.” afirmou Roberta Simonetti, coordenadora do programa Finanças Sutentáveis do GVces.

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