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19/06/2012 - 10:29

PNUMA vê Rio +20 como oportunidade para oferecer políticas de transformação que acelerem a sustentabilidade no setor empresarial

Abrace o verde – Os setores privados pioneiros já participam de um futuro sustentável. A oportunidade da Rio+20 para oferecer políticas de transformação que acelerem a sustentabilidade em todo o setor empresarial .

Rio de Janeiro – As empresas em transição para a economia verde já estão colhendo frutos no valor de centenas de milhões de dólares em economia e alto retorno sobre o investimento, e ao mesmo tempo beneficiando os consumidores, comunidades e o meio ambiente, segundo um novo relatório intitulado O argumento comercial para a economia verde: retorno sustentável do investimento.

O relatório, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em parceria com a SustainAbility e a GlobeScan, usa dados econômicos e científicos convincentes e uma variada coletânea de estudos de casos da vida real para demonstrar as vantagens da economia verde em ação.· O Plano de Vida Sustentável da Unilever, que visa integrar a sustentabilidade aos modelos de negócio, conseguiu economizar mais de US$10 milhões por ano. Ao mesmo tempo, a sua fórmula para lavar roupas “com apenas um enxágue” economiza em média 30 litros por lavagem. Ela já é usada em 12,5 milhões de lares no mundo inteiro, um crescimento de 60% em relação a 2010.

. A Siemens produz metade da capacidade instalada de turbinas eólicas marítimas (2.000 MW), economizando 4 milhões de toneladas de CO2 por ano. Recentemente ela anunciou um investimento de € 150 milhões em P&D em vento marítimo e a expansão da sua empresa de energia eólica.

. No México, o Grupo Bimbo economizou aproximadamente US$ 700 mil e 338.400 m3 de água em 3 anos com o seu programa de redução de consumo de água.

.A AVIVA, que lançou em 2011 o seu produto de seguro para baixo carbono e Bens e Serviços Ambientais, espera que o setor cresça cerca de GBP 45 bilhões até 2015, apoiado por decisões governamentais e incentivos financeiros.

. Em 2010 a PUMA fez o seu primeira Demonstrativo de Lucros e Perdas Ambientais, em colaboração com a PricewaterhouseCooper e a Trucost. O valor do impacto ambiental foi calculado em € 145 milhões (visto como impacto financeiro negativo). Com esta ferramenta a PUMA pode reduzir perdas financeiras futuras, enquanto reforça a sua margem operacional levando em conta os riscos emergentes. A empresa se comprometeu a fazer 50% dos seus produtos com materiais sustentáveis até 2015.

.No Egito, o projeto de compostagem do Grupo SEKEM ajudou a economizar o equivalente a mais de 300.000 toneladas de CO2 entre 2007 e 2011, e aumentou as vendas de EGP 788.400 para mais de EGP 10,5 milhões em 2010.

.A General Motors economizou mais de US$ 30 milhões em 6 anos com seu programa de produtividade dos recursos, que também reduziu o volume de resíduos em 40%.

.Na China, o Grupo Zhangzidao Fishery viu um aumento anual de 40% na sua receita entre 2005 e 2010 (comparado com a média de 13% no seu ramo de atividade) oferecendo uma alternativa aos métodos de monocultura. A abordagem integrada da Multi-Tropic Aquaculture utilizada pela empresa proporcionou um ecossistema mais equilibrado, tendo em conta a qualidade ambiental e as condições locais.

.A Federação Colombiana de Produtores de Café assegura uma renda sustentável para mais de 27 mil produtores de café com o seu café certificado Rainforest Alliance, como parte do programa Nespresso AAA Sustainable Quality™

.Prevê-se que os mercados para compensações de biodiversidade cresçam a ponto de atingir US$ 10 bilhões até 2020.

.Somente no setor de vento marítimo, os empregos na Europa deverão aumentar para 150 mil em 2020 e para mais de 200 mil em 2030, ao passo que a projeção das receitas globais das empresas envolvidas com os mercados de energia renovável prevê um aumento além de US$ 300 bilhões por ano até 2020.

Segundo especialistas, as empresas que investem em inovação sustentável para aumentar a eficiência dos recursos e operações responsáveis antecipando-se aos marcos regulatórios estão conseguindo uma vantagem competitiva, posicionando-se de modo a capturar os principais mercados da próxima década.

Achim Steiner, subsecretário-geral na ONU e diretor executivo do PNUMA, disse: “Muitas empresas já estão aproveitando as oportunidades oferecidas pela transição para uma economia verde inclusiva. Nessa economia, a eficiência dos recursos e a baixa emissão de carbono são a regra, e não a exceção. De fato, as empresas pioneiras já estão colhendo os resultados e se encaminhando para o sucesso sustentável que beneficia seus clientes e comunidades.”

Ele acrescentou que “O desafio e a oportunidade da Rio+20 são a implementação de panoramas políticos e práticos que acelerem e ampliem o compromisso do setor privado com um resultado claro e decisivo que inicie ações capazes de propiciar resultados econômicos, sociais e ambientais”.

Estudos demonstraram que desde as empresas de serviços públicos em mercados emergentes até as empresas de bens de consumo em mercados desenvolvidos, os bens e serviços sustentáveis estão passando de um nicho para a tendência geral.

Paul Polman, CEO da Unilever, disse, “Na Unilever não vemos conflito entre a sustentabilidade e o crescimento econômico. Precisamos de ambos, e cada vez mais percebemos que um não é possível sem o outro. Isso é confirmado pelo novo relatório do PNUMA, que mostra casos não apenas do nosso próprio negócio, mas de muitos outros em diversos de setores, explorando as maneiras em que a sustentabilidade reduz o risco, reduz custos, e cria oportunidades de crescimento, formando a base para um novo modelo de negócios para o século 21”.

Alavancagem de benefícios -Pesquisas mostram que o fornecimento de produtos e serviços sustentáveis impulsiona o crescimento de vendas, a participação no mercado, o valor e a reputação da marca enquanto aumenta a fidelidade dos clientes.

Jeff Erikson, vice-presidente da SustainAbility e colaborador do relatório, disse: “Nos 25 anos em que temos trabalhado com sustentabilidade empresarial, fomos testemunhas frequentes das diversas maneiras em que a sustentabilidade proporciona valor comercial para as empresas que a adotam como princípio estratégico."

E acrescentou, “As empresas que lideram a transição para a economia verde percebem que não é uma questão de coragem, mas de resultados finais."

Há fortes indícios de que nos últimos anos a demanda por produtos sustentáveis só tem aumentado, com muitos clientes dispostos a pagar um preço maior por um selo de sustentabilidade.

Uma pesquisa da National Geographic/Globe Scan de 2010 constatou que os consumidores no Brasil, Índia e China obtiveram a maior pontuação em termos de comportamento de consumidor ambientalmente sustentável.

Outros resultados da pesquisa mostram que, em futuros negócios entre empresas, bem como entre empresa e consumidor, os clientes terão a expectativa de que todos os produtos sejam ambiental e socialmente responsáveis.

Os mercados de novos estilos de vida, os mercados para as cidades sustentáveis, os mercados de serviços, os mercados orgânicos e certificados são exemplos de oportunidades a serem cultivadas e aproveitadas.

As instituições financeiras desempenham um papel duplo na transição para uma economia verde, tanto através de investimento em projetos sustentáveis como na integração dos indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG em inglês) aos seus critérios de tomada de decisões no cotidiano; desde a concessão de empréstimos até investimentos e seguros.

O desempenho ESG cada vez mais é visto como um substituto da qualidade da administração; daí o interesse crescente das empresas na esquematização da avaliação de sustentabilidade.

Especialistas estimam que o financiamento anual necessário para criar a economia verde está na faixa de US$ 1 a 2,5 trilhões. O investimento representa uma oportunidade para o setor privado fornecer a infraestrutura, os equipamentos, bens e serviços que irão impulsionar a transição.

No entanto, as empresas por si só não são capazes de mudar na velocidade e na escala necessárias. É essencial a colaboração com órgãos reguladores, clientes e a comunidade financeira.

Políticas públicas ligadas a princípios claros de sucesso econômico sustentável são necessárias para apoiar esta transição.

Tributação preferível e redução do custo do capital -Melhorar regimes fiscais para incentivar a inovação sustentável é algo visto como um incentivo importante.

Os locais com subsídios fiscais e padrões ambientais mais elevados são mais atraentes para os investidores.

Na Guatemala, são oferecidos incentivos fiscais em equipamentos para projetos destinados a apoiar a meta de gerar 60% da eletricidade a partir de fontes geotérmicas e hidrelétricas até 2022.

A OCDE confirmou um movimento crescente rumo a incentivos fiscais ambientais e licenças negociáveis nas economias da OCDE ao longo a última década. O valor dos impostos verdes para impulsionar a inovação é evidente através do aumento em investimentos em pesquisa, desenvolvimento e registro de patentes de novas tecnologias, mais limpas.

Outros exemplos de incentivos fiscais em nível nacional e municipal para energia mais limpa incluem: .Brasil, Belo Horizonte: créditos fiscais para energia solar residencial.

. China: os subsídios aos carros verdes e de financiamento para a construção da infraestrutura para carregar as baterias de carros elétricos em cinco cidades.

.Índia: imposto de carbono sobre a produção local.

. Zâmbia: redução de impostos em áreas de mineração para estimular o investimento em energias renováveis.

.Argentina, Bolívia, Colômbia, Espanha, Bélgica, França, Reino Unido, Grécia, Irlanda, Estados Unidos, África do Sul, Suécia, Eslovênia, Lituânia, Itália: isenção de imposto sobre combustíveis para favorecer os biocombustíveis.

Perfil de Risco e Novas Oportunidades -De acordo com o relatório, as empresas que possuem sistemas eficazes de gestão ambiental e de risco social estão posicionadas para obter um perfil de risco melhor, assim obtendo capital a custo reduzido.

Ele indica que a mudança climática, por exemplo, está abrindo novas oportunidades para produtos e serviços sustentáveis no setor financeiro.

Por exemplo, há a uma necessidade premente de se aumentar a disponibilidade de capital para desenvolver melhor os sistemas de seguro contra riscos ambientais.

O Equity Bank, de Quênia, teve um lucro de mais de KES 12,8 bilhões em 2011 oferecendo empréstimos a taxas de juros competitivas aos agricultores que introduzissem práticas ecológicas, como a irrigação por gotejamento e projetos de economia de água.

Além disso, no mesmo ano a base de clientes do banco atingiu KES 7,15 milhões, tornando o Equity Bank o maior banco em base de consumidores da África subsaariana.

Superando Desafios -Uma pesquisa de especialistas e profissionais da sustentabilidade, realizada em 2011 pelo PNUMA, GlobeScan e SustinAbility, estudou as razões de algumas empresas não estarem aderindo à transição para a economia verde.

Os resultados do estudo mostraram que a maioria dos acionistas percebeu uma divergência entre as metas políticas de sustentabilidade estabelecidas e as políticas efetivamente praticadas.

.Uma maioria esmagadora de 88% dos entrevistados citou o eterno problema financeiro do curto prazo como a principal barreira para o desenvolvimento de modelos econômicos focados na sustentabilidade; com alguns investidores aproveitando a aumento da demanda, impulsionado pela escassez de recursos, para aumentar os preços.

.E 65% dos entrevistados citaram como a principal barreira a ineficiência nos regimes regulatórios; são os regulamentos que inibem a mudança, combinados à falta de uma regulamentação que incentive práticas mais sustentáveis.

. Do mesmo modo, 65% dos entrevistados responderam que o baixo nível de conscientização sobre a importância da sustentabilidade entre os líderes empresariais também é um obstáculo considerável.

Se os líderes empresariais e executivos mais tivessem uma compreensão melhor dos riscos e das oportunidades que as questões como direitos humanos, alterações climáticas e escassez de água representam para o seus negócios, a velocidade da transição aumentaria significativamente.

.A falta de padrões internacionais formais representou mais uma barreira.

Diretrizes e padrões internacionais, como a Global Reporting Initiative (GRI) e o as Normas de Responsabilidade Social ISO 26000, estão sendo adotados pelas principais corporações em todo o mundo, mesmo que voluntariamente.

Agora estas empresas estão pleiteando a obrigatoriedade de relatórios sociais e ambientais obrigatórias para forçar o desempenho a melhorar e criar vantagens justas de mercado.

O caminho a seguir: Um plano de ação para empresas -Especialistas recomendam que as empresas adotem um conjunto de ações transformadoras para ajudar a transição para uma economia verde:

.Impulsionar a mudança política para apoiar o investimento empresarial responsável.

.Incentivar a participação dos funcionários e outros envolvidos.

.Estabelecer a sustentabilidade como uma questão central de governança na pauta da diretoria e divulgar o seu valor para os investidores e consumidores.

.Aumentar a resistência e o crescimento dos negócios adotando técnicas de avaliação que vão além da avaliação monetária para captar adequadamente o valor do capital humano, social e natural.

.Criar incentivos e mecanismos para incorporar a sustentabilidade à cultura da organização.

Segundo o relatório, o sucesso a longo prazo da transição para uma economia verde exigirá novas habilidades, colaborações diversificadas, inovação contínua, investimento com retorno incerto e uma mudança nos valores do mercado.

As empresas, assim como os governos, terão de escolher sabiamente, se quiserem capitalizar nas oportunidades futuras.

A reunião de líderes de governo, empresas e da sociedade civil na Conferência da ONU Rio+20 sobre Desenvolvimento Sustentável apresenta uma oportunidade histórica de acelerar a transição para uma economia verde. Embora as políticas públicas sejam um fator essencial para tornar a economia verde realidade, será a atuação do setor privado o que irá determinar o ritmo e a forma da transição.

O argumento comercial para a economia verde: O retorno sustentável do investimento foi produzido pelo PNUMA em cooperação com a SustainAbility e a Globescan.

.Produção do material com apoio da Unilever e o Ministério da Ecologia e Desenvolvimento Sustentável da França. [www.unep.org/greeneconomy/greeneconomyreport/tabid/29846/default.aspx].

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