Presidenta Dilma Rousseff participa da abertura oficial da conferência Rio+20

Governador Sérgio Cabral e outras autoridades prestigiaram o evento no Riocentro no dia 20 de junho (quarta-feira).

A presidenta Dilma Rousseff, que chegou do México na madrugada do dia 20 de junho (quarta-feira), e participou à tarde, ao lado de outros chefes de Estado e de Governo, da abertura protocolar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,a Rio+20, no Riocentro, em Jacarepaguá. Dilma passou os últimos dias em Los Cabos, para participar da Cúpula do G20. O governador Sérgio Cabral, acompanhado do vice-governador e coordenador de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, do presidente da Alerj, deputado Paulo Melo, e do prefeito Eduardo Paes, também participou da solenidade.

Durante o seu discurso no fim da tarde, a presidenta defendeu o resultado das negociações feitas pelos representantes dos países e disse que o Brasil fez a sua parte e houve avanços na área desde a Eco92. Dilma estava acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Michel Temer.

- Com plena consciência do que temos pela frente, o Brasil, que os recebe hoje, avança com soluções e identidades próprias rumo ao desenvolvimento sustentável. Vivemos na América do Sul um momento inédito de consolidação da democracia e do avanço da redução da pobreza e das desigualdades. A região como um todo trilha o caminho da integração física, social e cultural e da proteção ambiental. Nosso modelo de desenvolvimento não é o único, mas mostra que é possível avançar para uma sociedade sustentável - afirmou a presidenta.

Após a abertura oficial, o governador Sérgio Cabral considerou a realização da Rio+20 um grande avanço da causa ambiental conjugada com o crescimento sustentável. E elogiou o comportamento dos cariocas para que o evento transcorra, como até agora, com normalidade.

- Primeiro, quero agradecer a população do Rio pela mobilização e pelo ato de civismo dos cariocas de saber receber. Segundo, ouvir das autoridades internacionais, chefes de Estado e ministros, a alegria de estarem no Rio de Janeiro e da maneira como estão sendo recebidos. Todos muito felizes. Interessante verificar que alguns participantes da Rio+20 não vinham de fato aqui há 20 anos, desde a Eco 92. Eles estão muito bem impressionados com a mudança do Brasil e especialmente do Rio de Janeiro. Tem sido muito bom ouvir este testemunho dos dias atuais tanto pela organização em si como pela evolução que o país e o estado tiveram - disse o governador.

Cabral anunciou que amanhã assina um contrato de empréstimo com a Caixa Econômica Federal de quase R$ 500 milhões para aplicar em projetos de saneamento na Baía de Guanabara. Ele lembrou que o Governo do Estado assinou, na semana passada, um empréstimo de R$ 3,6 bilhões com o Banco do Brasil para usar em diversas obras e projetos de infraestrutura, mobilidade urbana, estradas e controle de enchentes.

Pela manhã, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon,disse, em seu discurso na abertura oficial da conferência, que embora considera que o documento apresentado foi menos ambicioso do que o esperado, acha que o desenvolvimento sustentável é uma questão urgente e pediu aos chefes de Estado presentes que as ações aprovadas sejam implementadas. O diplomata, que, como Dilma, veio diretamente da reunião do G20, no México, cobrou o mesmo empenho dedicado ao tratamento da crise na zona do euro.

— A agenda aqui na Rio+20 é igualmente urgente e até mais abrangente. Minha mensagem aos líderes mundiais é clara: o desenvolvimento sustentável é uma ideia cuja hora chegou — afirmou Ban Ki-Moon.

Um dos pontos positivos das negociações foi o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que,mesmo não sendo desligado da ONU, terá maior autonomia. Ele é formado por 52 países e sua futura composição será ampliada para todos os países-membros da ONU. O Pnuma terá orçamento próprio.

Outro ponto elogiado é a criação do Fórum de Desenvolvimento Sustentável na sede da ONU, que pelo caráter de fórum de alto nível intergovernamental, deve acompanhar a implementação de medidas de desenvolvimento sustentável com mais eficiência do que a antiga Comissão de Desenvolvimento Sustentável.| Guedes Freitas.