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21/06/2012 - 09:58

Economia Verde na Rio+20: boas ideias brasileiras

A transição para uma Economia Verde será um dos temas centrais da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. No PR, a ONG Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), que trabalha há 28 anos com conservação da natureza, realiza diversos projetos que viabilizam a prática da economia sustentável.

Uma das ações é o incentivo à meliponicultura (criação de abelhas nativas “sem ferrão”), que beneficia moradores da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. O trabalho resultou na criação da Associação de Criadores de Abelhas Nativas da APA de Guaraqueçaba (Acriapa), que gera renda a 23 associados com a produção de mel e extrato de própolis.

“Por serem menores, as abelhas nativas polinizam flores que as abelhas africanas, que são espécies exóticas, não conseguem entrar. Além disso, esta iniciativa evita que ocorra a derrubada de árvores para a retirada dos enxames pois as abelhas são criadas em caixas racionais, contribuindo, assim, para a manutenção das florestas", explica Marcelo Bosco Pinto, coordenador das iniciativas de Conservação e Desenvolvimento na SPVS.

Ecoturismo comunitário -Outra ação que ajuda a implantar a economia verde no litoral do PR é o trabalho realizado pela Cooperguará Ecotur. Iniciativa que estimula o ecoturismo de base comunitária, a cooperativa oferece roteiros de viagens que levam o turista a conhecer os principais atrativos da região mostrados pelos próprios moradores. São 25 cooperados, entre eles barqueiros, artesãos, pequenos produtores rurais e donos de pousadas, campings e restaurantes.

Segundo Francelino Cogrossi, um dos cooperados que pratica agricultura orgânica e vende produtos feitos com farinha de mandioca artesanal, o aumento da renda é bastante sensível. “Antes, sem a cooperativa, eu recebia visitantes individuais e esporadicamente. Agora, recebo grupos de até 40 pessoas e com uma frequência maior. Minha renda chega a aumentar até 30%”, conta.

Ao fazer com que mais pessoas visitem a região, a Cooperguará movimenta a economia local e incrementa o lucro dos empreendedores. De 2009 a 2011, o número de visitantes que compraram os roteiros pela cooperativa passou de 74 para 262 pessoas, o que representa um aumento de mais de 300%.

Programa Desmatamento Evitado -Incrementar renda, por meio do pagamento aos responsáveis pela manutenção de áreas naturais que geram serviços ambientais também pode ser considerado uma forma de se exercer a economia verde. E é exatemente essa a ideia que permeia o Programa Desmatamento Evitado, iniciativa pioneira na conservação da biodiversidade aliada ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Com o objetivo de preservar remanescentes em estágio avançado de conservação, em especial de áreas de Floresta com Araucária no sul do Brasil, e contribuir com o combate às mudanças climáticas a partir da manutenção dessas florestas em pé, o Programa, desde 2003, já garantiu a adoção e preservação de 31 propriedades localizadas principalmente em cidades do Paraná e Santa Catarina, totalizando mais de 4,6 mil hectares que não foram desmatadas e que representam um esforço significativo para manter viva a ameaçada Floresta com Araucária.

Inspirado nos bons resultados gerados pelo Programa Desmatamento Evidado e na busca da SPVS por influenciar políticas públicas, o governo do Paraná criou recentemente a Lei de Pagamento por Serviços Ambientais, na qual o PSA fica instituído.

O grande propósito da SPVS, quando da criação do modelo de adoção de áreas, era justamente influenciar uma política pública de incentivo à conservação de remanescentes de Floresta com Araucária. De acordo com o coordenador do Programa Desmatamento Evitado, Denilson Cardoso, a criação de uma lei específica de PSA para o Estado atende a esse desejo e, mais que isso, sinaliza para a sociedade uma mudança de comportamento, internalizando na esfera pública a necessidade de se valorizar e recompensar aqueles que mantiveram o patrimônio natural, que gera inúmeros benefícios a todos. “Essa mudança de olhar para a floresta, com vistas a recompensar quem a conservou, é o grande ganho que uma lei de PSA traz”, comemora.

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