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28/11/2012 - 07:44

Fundação Grupo Boticário participa da COP 18

Representante da entidade estará no Catar para acompanhar as negociações das partes sobre mudanças climáticas.

Curitiba – a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza participa da 18ª Conferência das Partes (COP 18) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontece de 26 de novembro a 07 de dezembro, no Catar, na cidade de Doha. O coordenador de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário e também coordenador do Observatório do Clima, André Ferretti, participará do encontro como representante da instituição, entre os dias 02 e 07 de dezembro.

Na Conferência do Clima, apenas as delegações oficiais dos países membros têm direito a voto, por isso, o representante da Fundação Grupo Boticário participará na categoria de observador. “Vamos acompanhar as discussões, em especial aquelas relacionadas às mudanças climáticas e biodiversidade, e também promover a causa da conservação da natureza”, explica Ferretti.

Este ano, os principais assuntos da conferência voltam a ser a conclusão do primeiro período do Protocolo de Kyoto e seus consequentes desdobramentos, as metas estabelecidas para o segundo período (que vai até 2017) e os detalhes do novo acordo que deverá entrar em vigor a partir de 2020.

Também continuarão as discussões sobre a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD). Segundo Ferretti, ainda há muito que se definir em termos de regras do REDD para que esse mecanismo seja regulamentado. ”A importância do REDD é que ele coloca a conservação da natureza na pauta climática e pode contribuir para que países detentores de grande biodiversidade, como o Brasil, compatibilizarem desenvolvimento e proteção ambiental”, diz André.

Outro tema em debate é o Green Climate Fund – um fundo para que os países desenvolvidos financiem ações de mitigação e de adaptação para redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) nos países em desenvolvimento. Entre outros pontos, é preciso definir de onde virão os recursos e quanto cada país irá aportar.

Para o representante da Fundação Grupo Boticário, todos os temas irão avançar, mas nenhum será concluído. “Como as aprovações de acordos dependem de unanimidade, muitas decisões acabam não acontecendo durante a conferência. De qualquer forma, o encontro é essencialmente uma vitrine das discussões sobre mudanças climáticas para o mundo”, observa Ferretti.

A posição do Brasil -Para Ferretti, o país manterá a posição de destaque que ocupou nas últimas conferências. Na COP 15, em 2009, por exemplo, o governo brasileiro liderou a única tentativa de acordo formal entre os países e concordou com redução de 50% das emissões até 2050, uma porcentagem elevada em relação ao que aceitam outros países. Comprometeu-se, ainda, a reduzir suas emissões voluntariamente e anunciou a lei que estabeleceu a Política Nacional de Mudança do Clima (regulamentada, mas ainda não implementada).

No ano passado, na COP 17, houve alguns avanços nas discussões mundiais, o que fez com que importantes medidas fossem aprovadas, entre elas a Plataforma de Durban. O mecanismo funciona como um mapa do caminho a ser seguido para a criação de um novo acordo global de redução de gases do efeito estufa. A plataforma estabelece, inclusive, um calendário de ações para a criação, até 2015, de um instrumento legal vinculante, que exige maior comprometimento das nações. Outro fato importante foi a aceitação do Brasil em ter metas de redução obrigatórias no próximo acordo, após 2020.

Agora, na COP 18, a expectativa é que o governo brasileiro anuncie os planos setoriais necessários para a implantação de fato da Política Nacional de Mudança do Clima, que vão definir o que o Brasil fará na prática para mitigar as mudanças climáticas.

Clima e biodiversidade-Apesar de ter uma posição de liderança na Conferência do Clima, internamente o Brasil ainda precisa reforçar as suas ações para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, incluindo ações de conservação da natureza.

O país está hoje entre os maiores emissores mundiais, principalmente devido ao desmatamento. Um ponto positivo é que houve redução no ritmo da degradação na Amazônia nos últimos anos. Aos olhos da comunidade internacional, o esforço brasileiro tem sido bastante valorizado, já que o país ainda não tem nenhuma obrigação em diminuir suas emissões.

Por outro lado, o desmatamento e a degradação ainda são significativos na Amazônia e nos outros biomas, e a aprovação do novo Código Florestal contribuirá para piorar esse cenário. “A nova lei enfraquece as ações de conservação das Áreas de Preservação Permanente. Também desobriga quem desmatou ilegalmente a recuperar essas áreas, o que reduz o potencial de captação e estoque de carbono nessas áreas”, diz Ferretti.

Ferretti explica que a conservação da natureza está diretamente relacionada às mudanças climáticas. Se há alterações profundas no clima, como temperaturas mais quentes, eventos climáticos extremos e alterações dos padrões de chuva e de seca, há consequências direta para fauna, flora e ecossistemas. Por outro lado, a biodiversidade protegida constitui-se uma contribuição fundamental para conter as mudanças climáticas: primeiro porque possibilita que os ecossistemas absorvam e armazenem carbono e, segundo, porque torna esses mesmos ecossistemas – e, por consequência, as sociedades humanas – mais resistentes aos possíveis impactos.

Nos últimos anos, surgiram diversas alternativas que inserem indivíduos e iniciativa privada em ações de proteção à biodiversidade. Um exemplo são os mecanismos de pagamentos por serviços ambientais como o Projeto Oásis da Fundação Grupo Boticário, que premia financeiramente os proprietários particulares de terras que conservam a mata nativa e manejam de forma adequada as áreas produtivas de suas propriedades. “Isso mostra que a sociedade tanto pode ser parte do problema como também da solução. São as decisões individuais – desde a escolha do meio de transporte, da compra de um ou outro produto – que vão determinar o envolvimento com essas questões”, finaliza Ferretti.

Perfil- A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador do Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já doou quase US$ 12,4 milhões para 1.326 projetos de 465 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Projeto Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.

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