Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

20/10/2007 - 09:20

Congresso Mercosul de Sustentabilidade reúne especialistas na Câmara Brasil-Alemanha

Representantes de ONGs, da mídia e empresários discutiram as melhores práticas sustentáveis do Cone Sul.

Algumas das melhores práticas de sustentabilidade dos países do Mercosul foram destaques no 2º Congresso Mercosul de Sustentabilidade, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha em parceria com o Centro de Competência Mercosul para Responsabilidade Social Empresarial. Nesta edição do congresso foram abordadas práticas de pequenas, médias e grandes empresas, além do trabalho de organizações não-governamentais e da mídia.

O Centro de Competência Mercosul surgiu com o objetivo de oferecer instrumentos ao setor privado para a integração sustentável e bem-sucedida da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) à sua estratégia de negócio. Para Christian Ernst, coordenador interino da instituição, a RSE tem duplo impacto. “Para a sociedade, ela promove o desenvolvimento sustentável nos âmbitos social, econômico e ecológico. Para as empresas, agrega valor, reduz custos e auxilia na imagem e competitividade”, comenta.

O professor titular da FEA-USP, Décio Zylbersztajn, alerta que, em muitos casos, há uma lacuna entre o modelo adotado pelas empresas, o seu discurso e a sua prática. Há também uma indefinição entre a relevância das instituições, a ação do Estado e a das organizações no contexto ambiental, especialmente no sistema agroindustrial, o que faz com que falhas graves sejam observadas sem que se consiga solucioná-las, como é o caso da floresta amazônica: a dificuldade de se operar legalmente deve-se à presença do madeireiro ilegal, à cooptação das populações locais e à dificuldade de se obter liberação dos direitos de exploração devido a um emaranhado legal insolúvel. Este exemplo, para o professor Décio, mostra como fenômenos complexos têm muitas dimensões e não se pode escolher apenas uma delas. As interações são relevantes, e por isso a cooperação entre as diferentes instituições envolvidas é fundamental. Quando não é assim, muitas vezes, o custo da governança social e ambiental recai sobre a fase agrícola; cada fase do negócio precisa reconhecer a sua responsabilidade.

Uma importante difusora de informações sobre sustentabilidade e sobre práticas de sucesso em responsabilidade social empresarial é a mídia. No entanto, em sua palestra, o diretor de redação da Revista Digital Envolverde, Adalberto Marcondes, analisa que o tema ainda está permeado de conceitos estranhos à prática cotidiana do jornalismo. A mídia especializada tem dificuldades em se manter por falta de publicidade, mas aborda temas ligados à sustentabilidade, enquanto a mídia geral não costuma valorizá-los. Existe, para Marcondes, um desequilíbrio: a mídia convencional recebe publicidade, enquanto a mídia especializada recebe releases.

O congresso teve ainda apresentações de projetos de destaque em responsabilidade corporativa, como o Projeto Flâmula, realizado em Lençóis Maranhenses pela Faculdade de Medicina da USP; o programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo WWF-Brasil na Amazônia; e o trabalho da ONG IDIS em 2006. Os participantes também puderam assistir a palestras de Eliane Belfort, diretora titular da FIESP, abordando a questão da sustentabilidade na indústria; André Carvalho, professor da FGV, que apresentou o programa New Ventures para pequenas e médias empresas; Glaucia Terreo, do Instituto ETHOS, Coordenadora das atividades do GRI no Brasil, sobre diretrizes para elaboração de um relatório de sustentabilidade; e Leonardo Letelier, da ONG Ashoka. Entre as empresas que apresentaram seus cases estão a Faber-Castell, a Henkel e a Phillips.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira