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15/01/2013 - 20:56

Pesquisador do IAC ministra curso no Rio de Janeiro sobre preservação de nascentes

No event, serão ensinados conceitos visando a produção de água e a regularização da vazão em períodos de estiagem aos profissionais ligados ao Comitê Guandu.

O termo “produzir água” pode parecer estranho para a maioria das pessoas, afinal, como é possível produzir um bem da natureza? Porém, segundo o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, Rinaldo de Oliveira Calheiros, com práticas rurais adequadas e de acordo com a legislação, o produtor rural pode se tornar produtor de água. Com o objetivo de demonstrar ações para produção de água e de educação ambiental, o IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realiza o “Curso extensivo de produção de água, recuperação e preservação de nascentes”, na cidade de Seropédica, no Rio de Janeiro. O curso é voltado para os integrantes do comitê da Bacia Guandu, que abrange 15 municípios do Estado do Rio de Janeiro. O evento acontece de 15 a 17 de janeiro de 2013.

A escassez de água vem registrando índices preocupantes nos últimos anos, no Brasil. A bacia Hidrológica do Rio Piracicaba, por exemplo, chegou a apenas 1/3 de sua vazão normal no período de estiagem de 2003. Além disso, o volume de água armazenada no sistema Cantareira – um dos maiores sistemas de tratamento de água do País, atendendo quase nove milhões de pessoas na Grande São Paulo – caiu para 1,6%, quando o ideal seria de, no mínimo, 70%. Essa queda de escoamento dos rios de inúmeras regiões do Brasil está associada não só à estiagem, mas também à pobre conservação da água e dos solos, chegando, muitas vezes, até o secamento completo das nascentes e dos rios.

De acordo com Calheiros, o meio rural é o que mais degrada as nascentes e polui suas águas, por fatores como erosão, aplicação de defensivos agrícolas de forma incorreta, uso de fertilizantes em dosagem exagerada e contaminação e pisoteio gerado pelo gado. O produtor rural, porém, não é o único “vilão”. As áreas urbanas poluem com maior intensidade os corpos d’água, como são conhecidos os rios e córregos, principalmente com o despejo doméstico. “Para se reverter significativamente o quadro de degradação são necessárias ações como recuperação da cobertura vegetal no entorno das nascentes, combate ao assoreamento causado pela degradação dos solos de meia encosta e cuidados com o uso de agroquímicos, principalmente nas áreas de recarga de lençóis freáticos mais próximos da superfície no entorno das nascentes”, afirma o pesquisador do IAC.

A culpa, porém, não é da população do campo nem da cidade, e sim da falta de informações. “Se fossem realizadas as práticas de proteção de forma correta, as nascentes não seriam tão prejudicadas. Um exemplo simples é cercar a nascente de uma propriedade que tenha gado, para que ele não pise e não polua o local”, afirma Calheiros. O Instituto Agronômico transfere essas informações e conhecimentos aos produtores e demais interessados por meio de cursos e eventos. Em Seropédica, por exemplo, o público do curso poderá aprender a teoria de forma didática e colocar em prática os ensinamentos. “Pouco ainda se discute sobre as verdadeiras causas do problema de falta de água, de forma sistemática, na linguagem adequada, com conteúdo e com capacidade de sensibilização. Em grande parte, as nascentes estão degradadas não por desleixo ou vandalismo do agricultor e sim pela carência de informações técnicas e de alerta para a importância de preservá-las. Isso se combate com capacitação e educação ambiental”, afirma Calheiros.

Curso-O “Curso extensivo de produção de água, recuperação e preservação de nascentes”, ministrado pelo pesquisador do IAC, Rinaldo de Oliveira Calheiros, tem o objetivo de transferir conhecimento para que os profissionais de atividades ligadas direta ou indiretamente aos recursos hídricos de preservação consigam enfrentar e prevenir a falta de água e, consequentemente, as restrições hídricas. O público-alvo do evento são os membros do Comitê Guadu e convidados.

O Comitê Guadu é formado por três bacias hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim. Ao todo, são 15 municípios de atuação, sendo eles: Rio de Janeiro, Rio Claro, Piraí, Nova Iguaçu, Mendes, Vassouras, Barra do Piraí, Miguel Pereira, Paracambi, Japeri, Queimados, Engenheiro Paulo de Frontin, Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba.

No curso, serão contemplados os assuntos essenciais ao aumento da produção de água no âmbito da propriedade rural, do município e da bacia hidrográfica. Nas aulas, teóricas e práticas, serão abordados os seguintes assuntos: ações para produzir mais água, reversão dos possíveis impactos ambientais já promovidos, prevenção de futuras limitações nos diferentes sistemas produtivos pela escassez hídrica, inserção na produção sustentável, promovendo a imagem do agronegócio perante a sociedade quanto à preservação do meio ambiente e a prevenção contra disputa pelo uso da água e possível instabilidade social.

.[Curso extensivo de produção de água, recuperação e preservação de nascentes,de 15 a 17 de janeiro de 2013 (terça a quinta-feira),das 8h às 17h, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ) – Pavilhão Central, BR – 465, Km 7, Seropédica, Rio de Janeiro]. |.Fernanda Domiciano/ IAC.

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