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01/12/2007 - 09:53

Prêmio Nobel da Paz defende negociações unilaterais no combate ao aquecimento global

Presente em todos os dias da Eco Power Conference, Mohan Munasinghe, Vice-Presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), é um dos painelistas de hoje (sexta). Mohan é consultor do Governo do Sri Lanka e leciona da Universidade das Nações Unidas, de Tóquio. Ele concedeu uma longa entrevista coletiva aos jornalistas presentes na Eco Power e ressaltou que o relatório realizado pelo IPCC não deixa duvidas que o aquecimento global existe e vem aumentando pelas ações do homem.

“Se não houvesse gás carbônico no planeta a temperatura chegaria a -30ºC. O nível normal desse gás na atmosfera é de 275 partes por milhão. A temperatura média da terra deveria ser de 14ºC. Mas desde o início da Revolução Industrial o nível saltou de 275 para 385 partes por milhão. A tendência é ruim. O nível de gás carbônico não deve ultrapassar 450 e hoje já estamos bem próximos disso”, disse Mohan.

Ele acredita que a população em geral está preocupada e quer fazer algo para combater o aquecimento global, mas entre os políticos há jogos de interesse. “Os Estados Unidos, por exemplo, se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto. No entanto, a Austrália já se manifestou a favor de assiná-lo. Há uma mobilização, ainda que tímida”.

Sobre o Brasil ele disse que considera a posição tomada responsável tanto por parte dos políticos quanto da população e comunidade cientifica. “Há um progresso. A melhor forma de se mobilizar o planeta no combate ao aquecimento global é investir nas negociações unilaterais entre todos os países. É uma questão de igualdade e justiça. O acordo unilateral é importante, mas cada país precisa ter sua estratégia de atuação”, disse Mohan.

O vice-presidente do IPCC diz que esse problema foi causado sobretudo pelos países desenvolvidos com maior capacidade financeira e técnica, por isso têm a função de liderar esse movimento em prol da sustentabilidade. “O impacto maior vai acontecer entre as populações mais pobres independente de serem de países subdesenvolvidos ou desenvolvidos. A prioridade é proteger os mais pobres”, afirmou. Os dados são preocupantes: nos últimos 30 anos aumentaram 30% as emissões de gás carbônico. Nos próximos 30 anos deverão aumentar de 50 a 100%. “Temo que novas ações sejam tomadas apenas quando tivermos novas catástrofes. Eficiência energética é fundamental tanto para conter o problema das mudanças climáticas quanto da falta de energia. Além dos problemas de desenvolvimento não sustentável temos a questão do clima”, concluiu.| www.ecopowerbrasil.com.br

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