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23/04/2014 - 08:34

Biota-Fapesp Educação apresenta palestras sobre biodiversidade e recursos hídricos

Ciclo de conferências sobre serviços ambientais de ecossistemas trata da proteção de rios, lagos e reservatórios, que abrigam 15% da água doce disponível no planeta.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) realiza em 24 de abril (quinta-feira), das 14h às 17h, três palestras sobre Biodiversidade e Proteção a Recursos Hídricos. O evento é parte da programação de 2014 sobre serviços ecossistêmicos do segundo Ciclo de Conferências do Biota-Fapesp Educação, divisão do Programa Biota-Fapesp voltada para melhoria do ensino da ciência da biodiversidade. Podem participar estudantes, alunos e professores do ensino médio, alunos de graduação e pesquisadores.

Os ecossistemas geram benefícios naturalmente para os seres humanos, tanto na forma de produtos – como alimentos e substâncias medicinais – como na forma de processos relacionados à fertilização do solo, polinização, controle do clima e muitos outros. Esses benefícios são chamados serviços ecossistêmicos ou ambientais.

As conferências de 24 de abril serão apresentadas pelo pesquisador José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia e professor convidado dos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, da Universidade de São Paulo (USP), e em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria Victoria Ballester, professora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP) e Humberto Ribeiro da Rocha, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP) e integrante da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

Em apresentação por vídeo, Tundisi vai tratar do papel das florestas ripárias (que acompanham rios de pequeno porte), mosaicos de vegetação e áreas alagadas na proteção dos recursos hídricos; em conferências presenciais, Ballester vai abordar a função dos sistemas fluviais amazônicos no balanço regional e global de carbono; e Rocha falará sobre os impactos das mudanças no uso do solo e do aquecimento global na disponibilidade de água. Ao fim de cada conferência haverá espaço para perguntas da plateia.

Preservação e serviços ambientais-A água é um recurso escasso e essencial para o desenvolvimento econômico e para a sustentabilidade da vida na Terra. Avaliações recentes mostram que 15% da água doce disponível no planeta provêm de recursos hídricos. Outros 75% estão congelados nas calotas polares e 10% estão em mananciais subterrâneos, nos aquíferos.

O Brasil tem aproximadamente 12% dos recursos hídricos disponíveis no planeta, distribuídos nas bacias dos rios Amazonas, Tocantins e São Francisco, e em dois complexos de bacias: a do Rio da Prata – que envolve as sub-bacias hidrográficas do Paraná, Alto Paraguai e Uruguai – e as formadas por rios que correm para o Oceano Atlântico. O país ainda abriga a maior parte do Aquífero Guarani, um dos maiores mananciais de água doce subterrânea do mundo, compartilhado com a Argentina e o Paraguai. Mais de 70% da água doce brasileira está na região Amazônica.

Os serviços ecossistêmicos dos recursos hídricos existentes consistem na retenção, estocagem e filtragem das águas de rios, riachos, lagos e reservatórios, e estão diretamente ligados à vegetação e ao funcionamento de ecossistemas.

A Mata Atlântica, por exemplo, tem papel importante na manutenção do ciclo hidrológico, de renovação das águas, na região que ocupa. Apesar de muito fragmentada e reduzida a cerca de 12% de sua cobertura original, a Mata fornece água suficiente para a produção de mais de 50% da energia hidrelétrica consumida no Brasil e para o abastecimento de 75% da população do país, ou seja, de 125 milhões de habitantes das regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Algumas espécies de árvores da Mata Atlântica que ultrapassam o dossel florestal (formado por troncos, galhos, folhagem e cipós das copas das árvores) em busca de luminosidade, transpiram até 525 litros de água por dia, no verão, e até 350 litros por dia, no inverno. Outras espécies, arbustivas, transpiram até 70 litros de água por dia ao longo de todo o ano.

Nas Matas Ciliares, localizadas em margens de rios, igarapés, lagos e represas, a estrutura e a diversidade de espécies da vegetação desempenham importante serviço ambiental no controle da erosão pela água. Elas reduzem o impacto físico da chuva e evitam o escorrimento superficial que desagrega e arrasta partículas do solo. Esse serviço ecossistêmico também oferece os benefícios de aumentar a absorção de água pelo solo – que recarrega lençóis freáticos – e de evitar o assoreamento (acúmulo de sedimentos em cursos d’água).

A presença de Matas Ciliares ainda impede que os excessos de nutrientes e de pesticidas cheguem às águas. Dessa forma, evitam a eutrofização (concentração excessiva de algas) e a contaminação de recursos hídricos, além de contribuir para a manutenção da biodiversidade dulciaquícola e para a conservação do solo de áreas agrícolas subjacentes.

.[Ciclo de Conferências Biota-Fapesp Educação 2014 | Biodiversidade e Proteção a Recursos Hídricos, dia 24 de abril (quinta-feira), das 14h às 17h, no Auditório da Fapesp; Rua Pio XI, 1500, Alto da Lapa.Programação: http://www.fapesp.br/8529. Inscrições: www.fapesp.br/eventos/biota_recursoshidricos/inscricao].

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