Inpe divulga dados usados pela fiscalização do Ibama

Brasília - O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou no dia 28 de novembro(sexta-feira), os dados oficias do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), referente aos meses de agosto, setembro e outubro. Os alertas da alteração na cobertura vegetal são identificados a partir das imagens do satélite Modis, que tem resolução de 250 metros (baixa resolução) e em seguida são disponibilizados para a fiscalização do Ibama visando realizar as ações de combate às infrações ambientais.

O sistema responsável pelas taxas oficiais do desmatamento na Amazônia Legal é o Prodes (Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia), cujo satélite opera com imagens de 30 metros de resolução. A última apuração do Inpe com esse sistema, referente ao período Prodes (Julho/2013 a Agosto/2014), apontou uma queda de 18%, o que representa uma diminuição de 1.003 km² de floresta derrubada. Essa é a segunda menor taxa de toda história do monitoramento.

O Ibama alerta que é impossível realizar um comparativo entre os dados dos dois sistemas pois apresentam características totalmente distintas. Apesar disso, se fosse realizada uma análise dos dados do Deter como indicativo de desmatamento, conforme apresentado no gráfico ao lado, o resultado também aponta uma queda progressiva no corte raso da floresta, registrando em agosto 484 km2, em setembro 232 km2 e em outubro 141 km2. Comparações entre os dados do sistema Deter também não podem ser feitas porque há variações na cobertura de nuvens de um ano para outro. Portanto, é equivocado utilizar o sistema Deter para quantificar áreas desmatadas. O relatório com as informações detalhadas está disponível no site do Inpe.

O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, e o diretor do Inpe, Leonel Fernando Perondi, assinaram no mês de novembro um Acordo de Cooperação Técnica que estabelece as competências de cada instituto e os procedimentos que serão adotados na divulgação dos dados do Deter. Os dados serão divulgados em um cronograma trimestral para impossibilitar que os infratores os utilizem para burlar a fiscalização e impedir os flagrantes de desmatamento.

A fiscalização está presente durante todo o ano nas áreas críticas de desmatamento da Amazônia, com ações programadas e apoiadas pelos sistemas de monitoramento da cobertura vegetal. A atuação do Ibama vem gerando a responsabilização administrativa e criminal dos infratores, o que mantêm o desmatamento sob controle na região.