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16/04/2015 - 06:51

Terras degradadas são recuperadas com prática de viveirismo em aldeias Guarani


Em Palmares do Sul, na Tekoá Yriapu (Aldeia Som do Mar), novo viveiro dará continuidade ao projeto que já permitiu o plantio de mais de 40 mil mudas, de 90 espécies nativas do Rio Grande do Sul. As ações continuam até o dia 19 de abril(domingo), em Porto Alegre, com mostra do Projeto “Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani”, desenvolvido em nove aldeias gaúchas, e a valorização e comercialização da arte Guarani, no Brique da Redenção.

Porto Alegre (RS)—Terras anteriormente devastadas pela plantação de árvores de pinus e de eucaliptos hoje estão sendo recuperadas, por meio de ações do Instituto de Estudos Culturais e Ambientais (IECAM), com a realização do Projeto “Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani”, em nove aldeias indígenas do Rio Grande do Sul. Na terça-feira (14), um segundo viveiro foi inaugurado pela coordenação do instituto na Tekoá Yriapu (Aldeia Som do Mar), a 20km do Centro da cidade de Palmares do Sul. A prática do viveirismo já permitiu que fossem plantadas mais de 40 mil mudas, de 90 espécies nativas do Estado. O projeto tem o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

O viveiro tem 60 metros quadrados de área construída, e foi feito com o objetivo de contribuir para reforçar a troca de espécies entre as aldeias, bem como o manejo e a recuperação das áreas. “O viveiro foi construído com materiais tradicionais dos Guarani. A madeira é tratada e as conexões são de ferro para garantir maior durabilidade. Já a cobertura, ganhou uma lona com visores de plástico leitoso, para penetrar a luz solar, e o tradicional capim santa-fé é utilizado em parte da cobertura”, explica a arquiteta responsável pela projeção e construção dos viveiros, Daisy Wolf. Além disso, será utilizado um sistema de captação da água da chuva para abastecer as mudas.

As espécies foram escolhidas para cultivo e plantio de forma a atender as necessidades de sobrevivência dos índios nas aldeias. Exemplos são o pau-leiteiro, ideal para a produção de artesanato, devido a sua extrema maleabilidade, e a pitangueira, árvore frutífera e para uso medicinal. O primeiro viveiro foi construído em 2007, na Tekoá Anhetenguá (Aldeia Verdadeira), localizada na Lomba do Pinheiro. O local tem capacidade para mais de cinco mil mudas e já produziu uma diversidade de espécies, como araucária, palmito, cedro e cerejeira. Em 2014, foi ampliado e passou de um espaço de 60 m² para 80 m², com aumento da sua capacidade em 2.500 mudas. Nas aldeias também são construídas lixeiras, composteiras e bancos com o material de garrafas pet e sobras de madeira, e realizadas oficinas de reciclagem entre outras.

O cacique Eduardo falou durante a abertura do viveiro: “É muito importante por que aqui vamos construir a nossa sobrevivência e por aqui vamos recuperar as nossas áreas”, comemorou. A inauguração contou ainda com oficina de sementeira, realizada pelos próprios índios e pelos técnicos do instituto, e pela tradicional bênção do pajé da aldeia, que compartilhou a sua sabedoria com os demais e pediu ajuda aos seres da natureza e a Deus ou “Nhanderu”, como se diz na língua Guarani.

Atividades no brique —Dando continuidade às comemorações voltadas para o Dia do Índio, os frequentadores do Parque Farroupilha terão acesso à cultura Guarani no domingo (19/4), das 9 às 18 horas. O IECAM promoverá uma apresentação das atividades desenvolvidas no Projeto “Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani” e uma exposição de trabalhos artesanais desenvolvidos nas aldeias. “Será um momento único para conhecer um pouco mais dessa sabedoria que habita nosso Estado há, pelo menos, 3 mil anos”, explica a presidente do instituto, Denise Wolf. Alguns dos costumes mais tradicionais dos gaúchos, como o churrasco e o chimarrão são heranças indígenas.

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