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01/02/2008 - 10:04

Falta de água não se resolve com campanhas que duram até o carnaval

Especialista em uso racional da água explica que a população precisa de incentivos para economizar água .

A falta de água que acontece tradicionalmente na Baixada Santista durante o verão - que nesta temporada teve seus momentos mais drásticos na virada do ano de 2007 para 2008, quando 850 mil pessoas ficaram sem água – poderia ser evitada, caso a Sabesp investisse em programas de uso racional da água. No período do Carnaval, o problema deve se repetir, com afluxo de grande contingente de turistas à Baixada. A concessionária local tem um programa de investimentos que prevê a ampliação da capacidade de tratamento e fornecimento de água para atender à demanda, que seria implementado até 2012. ´”É exatamente nesse ponto que reside o grande problema: a Sabesp está preocupada apenas em aumentar a produção, aumentando sua receita, e não em diminuir o consumo”, afirma o consultor Paulo Costa, especializado em projetos de uso racional da água. O especialista explica que há alternativas que permitiriam reduzir o consumo de água imediatamente, sem necessidade de novos investimentos. “Programas racionalizadores do uso da água foram empregados com sucesso por cidades como Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México, por exemplo”, relata Paulo Costa, da H2C Consultoria e Planejamento de Uso Racional da Água.

De acordo com o consultor, a Prefeitura de Nova York implementou um programa de incentivo à substituição de equipamentos gastadores de água – bacias sanitárias, especialmente – por outros, racionalizadores. O programa foi implementado, entre 1994 e 1996, com investimento de 240 milhões de dólares no incentivo à troca de bacias e válvulas sanitária, permitindo a economia de 288 milhões de litros por dia. Os consumidores passaram a economizar até 35% na sua conta de água mensal. Além disso, os técnicos da prefeitura nova-iorquina constataram também que conservar/economizar 100 milhões de litros de água, por exemplo, sai até um quarto do custo exigido para captar, tratar e distribuir igual volume de água, ou seja, é muito mais barato racionalizar do que aumentar a produção.

Santos, São Vicente e Cubatão, principalmente, têm edifícios antigos, com sistemas hidrossanitários obsoletos, que consomem muita água. O consultor explica que bacias sanitárias fabricadas antes de 2003 podem consumir de 12 a 30 litros de água por acionamento, enquanto as bacias fabricadas após 2003, devido a uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em acordo com os fabricantes de equipamentos hidrossanitários, consomem somente 6 litros por acionamento. “Assim, a implementação de um programa de incentivo à troca de bacias sanitárias, torneiras e chuveiros gastadores por equipamentos economizadores permitiria economia no consumo de cerca de 50% em média, eliminando a necessidade de investimentos elevados, que geralmente causam danos ao meio ambiente”, avalia Costa.

Esse tipo de ação pública permite obter resultados permanentes, com economia duradoura de água, diminuindo a necessidade de uma concessionária investir em novas e caras redes de captação, estações de tratamento e redes de distribuição de água. Assim, não haveria necessidade de desmatar (para passagem das redes ou implementação de reservatórios) e a tarifa mensal poderia ser diminuída, segundo o especialista. A economia obtida também permitiria às concessionárias investir na melhoria de sua rede de distribuição de água, evitando perdas por vazamentos, e na rede de coleta e estações de tratamento de esgotos.

Perfil da H2C - A H2C já implementou mais de 300 projetos de uso racional da água em empresas de grande porte, como os Hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês; bancos Itaú, Real e Unibanco; jornal O Estado de S. Paulo; Academia Fórmula; construtora Hochtief; companhia de catering Sodexho, entre diversas outras. A economia alcançada pela substituição de equipamentos gastadores por economizadores permitiu redução de até 67% no consumo mensal da conta de água.

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