Abiquim lembra importância do uso racional da água

E da redução das emissões de CO2 pela indústria na Semana do Meio Ambiente.

São Paulo—Há 43 anos, a ONU instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente. Desde então, na semana do dia 5 de junho são realizados atos em prol da proteção do planeta onde vivemos. Nesse contexto, a Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, lembra as ações que têm sido desenvolvidas pelo setor que ela representa, na proteção do meio ambiente.

Um dos assuntos de destaque neste ano, principalmente devido à crise hídrica no Sudeste do Brasil, é a importância do uso racional da água. Nesse sentido, as indústrias químicas que têm plantas instaladas no País já vêm dando há décadas a sua contribuição ao reduzir a captação de água e a quantidade de efluentes lançados, além de aumentar a porcentagem de efluentes reciclados. De acordo com o relatório dos Indicadores do Atuação Responsável, entre 2006 e 2013, a indústria química reduziu 37,5% do volume de água consumida em processos e produtos. Nesse mesmo período, o volume de água captada pelo setor caiu 34,8%.

O aprimoramento contínuo da gestão dos recursos hídricos pela indústria química faz parte do Sistema de Gestão do Programa Atuação Responsável® (AR). O Programa é uma iniciativa da indústria química mundial, gerida no Brasil pela Abiquim, destinada a demonstrar seu comprometimento voluntário na constante melhoria de seu desempenho em saúde, segurança, meio ambiente e sustentabilidade. Atendendo aos requisitos do AR, a Abiquim incentiva, ainda, por meio da Comissão Setorial de Saneamento e Tratamento de Água, o reúso da água pela indústria química, que tem se mostrado uma prática extremamente vantajosa, pois, além de reduzir o impacto ao meio ambiente, diminui os custos de produção.

Outra iniciativa da Abiquim foi a formação de um grupo de trabalho – GT Água –, ligado à Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Associação, com o objetivo de realizar discussões e análises a respeito da utilização dos recursos hídricos na indústria química e propor ações de melhoria, visando tanto o uso racional do recurso, quanto a sustentabilidade dos negócios. Entre as metas do grupo, está a realização do Seminário “Gestão hídrica e a indústria química”. O evento, que acontecerá em 6 de julho, em São Paulo, trará painéis de discussão sobre: o cenário atual de bacias hidrográficas; um modelo de plano de contingência para casos de escassez hídrica, com a apresentação de case; e tecnologias para a gestão da água, também com a apresentação de exemplos de sucesso.

Embora a indústria química já tenha conseguido reduzir o consumo de água e aumentar sua reciclagem, o setor ainda sente a necessidade de planos para políticas públicas de longo prazo, incentivando o reúso em larga escala, de maneira a promover o uso racional dos recursos hídricos.

Mais um tema que está sob os holofotes do mundo neste ano é a mudança do clima. Em dezembro acontecerá a 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-21), em Paris. A Abiquim participou ativamente do grupo de trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que elaborou o documento “Propostas da Indústria Brasileira para o novo acordo sobre a Convenção”, o qual será apresentado ao Ministério das Relações Exteriores como contribuição à posição brasileira nas negociações do novo acordo sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), conjunto de intenções referentes a temas que serão debatidos na COP-21. Entre as propostas estão a contribuição nacionalmente determinada (INDC, na sigla em inglês) e o reconhecimento e contabilização das ações e esforços de mitigação das indústrias, que já resultaram nas chamadas ações de mitigação antecipadas e em incentivos aos mecanismos de mercado internacionais para a criação de condições economicamente atrativas para a participação da indústria, propiciando fontes de financiamento e acesso a tecnologias de baixa emissão de gases de efeito estufa.

Quanto às emissões, a indústria química nacional também já tem ótimos resultados a apresentar. As ações de gestão resultaram em uma redução da intensidade de emissão de gases de efeito estufa em 32,6% nos processos químicos entre 2006 e 2013. Além disso, os produtos da indústria química alavancam a economia de baixo carbono, pois são provedores de soluções para a sustentabilidade.

O Brasil é considerado o país com a maior biodiversidade do mundo. Não bastante para justificar a preocupação da indústria química com o meio ambiente, o setor é também dependente da natureza, como fonte abundante de insumos para a inovação, fundamental para o desenvolvimento de uma química cada vez mais sustentável, que é a essência para a construção de um futuro melhor para as próximas gerações. Por isso, a Abiquim, por meio do Programa Atuação Responsável® e de suas comissões temáticas e setoriais, seguirá buscando soluções para o desenvolvimento de uma indústria química cada vez mais limpa e segura, geradora de produtos que melhorem a qualidade de vida das pessoas, sempre priorizando a preservação do meio ambiente.