PADF mostra que o desmatamento é um dos responsáveis pela seca em São Paulo

A Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento (PADF) promove ações de sustentabilidade e educação para preservar o meio ambiente e ajudar no reflorestamento.

A pior seca da história de São Paulo não é causada apenas pela falta de chuva. O desmatamento nas bacias hidrográficas também colabora para a diminuição tanto da quantidade como da qualidade da água. Apenas 12,5% da Mata Atlântica original está preservada e essas áreas estão fragmentadas em bolsões isolados, a maioria deles com menos de 100 hectares. O desaparecimento da floresta devido à urbanização afeta a biodiversidade e limita a disponibilidade de água e ar limpos. Sem a floresta, não há vegetação para absorver e reciclar o abastecimento de água.

A diretora de programas da PADF para a América do Sul, Luisa Villegas, explica que estudos mostram que as más práticas na ocupação do espaço pelo homem devido à urbanização como a construção de telhados, calçadas, ruas e pátios, causam a impermeabilização do solo provocando diversos efeitos que alteram os componentes do ciclo hidrológico natural. Acima de tudo, geram aumento no escoamento superficial e no carreamento de sedimentos para os cursos d’água aumentando as taxas de assoreamento que dilatam a possibilidade de inundações em picos de chuvas.

Hoje, quase 112 milhões de pessoas vivem na região da Mata Atlântica. Isso gera um grande impacto sobre o ecossistema e está diretamente relacionado à escassez da água. Para reduzir o problema, é necessário preservar o que resta da Mata Atlântica e começar a reflorestar as áreas que foram perdidas. Esta recuperação de áreas verdes contribui para reverter a escassez de água que afeta São Paulo e diversas regiões do Brasil.

A Fundação Pan-Americana de Desenvolvimento (PADF) é uma ONG internacional que tem trabalhado no Brasil há mais de dez anos para preservar áreas naturais da Mata Atlântica. Sabendo da importância da preservação do meio ambiente e do seu impacto, foi implementado o projeto Condomínio da Biodiversidade (ConBio) na cidade de Curitiba por mais de uma década em parceria com a Fundação Caterpillar.

O projeto ConBio trabalha para preservar e aumentar o número de áreas naturais urbanas em Curitiba e municípios vizinhos, como Campo Largo. A iniciativa ajudou a proteger mais de 3.200 hectares de áreas verdes ameaçadas da Mata Atlântica. Isso é alcançado por meio de orientação dos cidadãos locais sobre a importância da conservação do meio ambiente. A Fundação também incentiva a proteção de áreas naturais por meio da criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e apoia outras políticas públicas que preservam as terras.

“É importante destacar que levará décadas para as áreas reflorestadas reestabelecerem o solo e, consequentemente, suas funções hídricas. Mais importante do que o reflorestamento é evitar o desmatamento e preservar as áreas verdes existentes, que é precisamente o que o programa ConBio está fazendo”, finaliza Luisa.

A PADF —A Fundação Pan-americana de Desenvolvimento (PADF) é um braço da Organização dos Estados Americanos (OAS) que gera desenvolvimento e apoio em casos de desastres naturais oferecendo oportunidades às pessoas marginalizadas e excluídas na América Latina e Caribe, incluindo jovens em risco, mulheres e crianças, comunidades pobres rurais e urbanas, pessoas sem moradia, indígenas e afrodescendentes.

Em 2014, os programas inovadores da PADF beneficiaram mais de 15 milhões de pessoas em 27 países da região. No Brasil, a fundação tem trabalhado por mais de uma década para engajar empresas e parceiros em variados projetos que incluem alfabetização, educação, preservação ambiental, acesso aos serviços de saúde e suporte em casos de desastres naturais.