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21/10/2015 - 08:37

Projeto Tamar completa 35 anos de esforços pela preservação de tartarugas marinhas no Brasil


Patrocinado pela Petrobras, iniciativa colaborou para o surgimento de uma nova geração das cinco espécies encontradas no Brasil e mobilizou mais de 15 milhões de pessoas pela educação ambiental.

Patrocinado pela Petrobras por intermédio do Programa Petrobras Socioambiental há mais de 30 anos, o Projeto Tamar acaba de completar 35 anos de existência. Ao longo de três décadas e meia, o projeto possibilitou o surgimento de uma nova geração de tartarugas fêmeas. Estudou e protegeu as populações das cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil. Além disso, educou milhões de pessoas para protegerem esses animais, transformando até mesmo caçadores de tartarugas em seus protetores.

O Projeto Tamar atua em pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ainda ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro. A iniciativa começou com um grupo de estudantes de Oceanografia que percorria as praias do Brasil para saber onde as tartarugas desovavam e pesquisar sobre elas. Hoje, o Tamar está presente em 25 localidades no litoral brasileiro, em nove estados (Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina), onde há bases de pesquisa e conservação e centros de visitantes e são monitorados 1.100 quilômetros de costa e ilhas oceânicas.

Caçadores de tartarugas se tornaram aliados —Tornando seus aliados pescadores e membros de comunidades litorâneas que antes caçavam tartarugas, o Projeto Tamar garantiu-lhes emprego e renda para passarem a localizar e proteger as tartarugas marinhas, seus ninhos e filhotes. Essa iniciativa minimizou a quase extinção das tartarugas marinhas na costa e nas ilhas oceânicas do Brasil. "A quantidade de ninhos de tartarugas-oliva aumentou 11.720%; a de tartarugas-de-pente, 3.728%; a de tartarugas cabeçudas, 1.165%; a de tartarugas de couro, 592%; e a de tartarugas verdes, encontradas em Fernando de Noronha, aumentou 451%", conta o oceanógrafo, fundador e coordenador do projeto, Guy Marcovaldi.

Ao longo de 35 anos, a equipe do Projeto Tamar capturou cerca de 34.500 tartarugas marinhas para coleta de sangue e amostras de tecido que subsidiaram pesquisas genéticas e sobre crescimento e para marcação com anilhas de metal, de modo a aferir taxas de sobrevivência e novas aparições. Protegeu 307.300 ninhos de tartaruga marinha, transferindo mais de 70 mil de lugar por se encontrarem em local de risco. Soltou ao mar 20 milhões de filhotes de ninhos monitorados. Reabilitou e devolveu à natureza 2.900 tartarugas marinhas encontradas encalhadas vivas. Salvou outras 17.600 de redes de pesca. Ações como essas contribuíram para o nascimento de uma nova geração de tartarugas marinhas fêmeas.

Para conhecer as rotas migratórias de tartarugas adultas e filhotes, o Projeto Tamar monitorou 180 exemplares via satélite (telemetria satelital), os quais receberam transmissores para possibilitar a coleta de dados. Os estudos, desenvolvidos em parceria com a Universidade da Flórida, mostraram que, em geral, tartaruguinhas que nascem no Brasil nadam na direção das correntes marinhas, ao contrário do que ocorre com as do Golfo do México. As brasileiras adultas, por sua vez, segundo Guy, já nadaram para as costas das Américas e da África, sendo vistas, por exemplo, no Gabão e na Guiné Equatorial.

A educação ambiental gerou milhões de adeptos —O Projeto Tamar influiu em políticas públicas, gerando informações para subsidiar a adoção de medidas e fazendo-se representar em fóruns de discussão comunitários, municipais, estaduais, nacionais e internacionais (Convenção Interamericana para a Preservação e Conservação das Tartarugas Marinhas - CIT etc.). Também ajudou a promover a substituição do anzol tradicional pelo circular na pesca, o que diminuiu a captura incidental de tartarugas em 60%. Além disso, por intermédio da educação ambiental, mobilizou mais de 15 milhões de pessoas, entre professores, estudantes, pescadores, turistas e empresários do ramo da pesca, em prol da causa das tartarugas marinhas.

O Projeto Tamar contribuiu ainda para geração de emprego e renda. "Mantemos 473 empregos diretos, 103 indiretos mediante o apoio a grupos de artesãos, mulheres em sua maioria, que fabricam itens para as lojas do Tamar, e geramos cerca de 1.500 oportunidades de trabalho e profissionalização, anualmente, em atividades vinculadas à proteção de tartarugas marinhas", diz Guy Marcovaldi. Essas atividades são desempenhadas nas bases de pesquisa e conservação, nos centros de visitantes e nas lojas do Tamar e em confecções de camisetas para a comercialização nas lojas.

O projeto também gerou contribuição relevante à ciência mundial. Pesquisas desenvolvidas pelo projeto em alto-mar acabaram por resultar na descoberta de quatro espécies de peixes até então desconhecidas no mundo (Ijimaia sp., Scyliorhinus sp., Urophycis sp. e Ophichthus sp.). "Dessas descobertas, a única capturada viva, um tipo de tubarão pintado de pequeno porte, que mede até 60 cm, já procriou em cativeiro algumas vezes, os exemplares podem ser vistos pelo público no Centro de Visitantes da Praia do Forte, na Bahia, e no Oceanário de Aracaju, em Sergipe", comemora Guy. O projeto ainda conta com um amplo banco de dados informatizado, o Sitamar, que reúne todas as informações científicas produzidas pelo Tamar no Brasil.

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