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16/01/2016 - 07:32

Países mais poluidores são os menos preocupados com o aquecimento global, mostra levantamento da Ipsos

Apenas três em cada dez pessoas na China, nos Estados Unidos e na Rússia veem o problema como muito sério, apesar dos três países concentrarem as emissões de CO? do mundo

Os países com os maiores índices de emissões de CO?, como China, Estados Unidos e Rússia, são os menos alarmados com a elevação da temperatura global e estão pouco otimistas com a possibilidade de reduzir emissões na próxima década.

Pesquisa da Ipsos com 27 nações logo após a COP-21, a conferência do Clima em Paris, mostra que apenas um terço das populações de China, Estados Unidos e Rússia classifica o assunto como “muito sério”, apesar dos países serem o primeiro, o segundo e o quarto piores poluidores do mundo. Ao todo são 393 milhões de pessoas nesses três países que não veem a elevação da temperatura global como um problema, quase o equivalente à toda a população da Europa Ocidental.

A maioria da população dos três países também discorda que será possível eliminar completamente o uso de óleo e de gás nos próximos dez anos. Na China, somente 48% dos respondentes disseram acreditar nessa possibilidade enquanto nos Estados Unidos 39% sinalizaram a medida como possível. Na Rússia, apenas 22% acreditam na possibilidade.

Contudo, os efeitos da elevação das temperaturas e do aumento de emissões se agravam. Em dezembro de 2015, período em que a Ipsos conduzia a pesquisa, Pequim soou um alerta vermelho que fechou escolas, paralisou construções e fechou fábricas devido a alta concentração de partículas no ar prejudiciais à saúde. Estima-se que 11% das mortes na China sejam causadas por doenças respiratórias, o equivalente a 1,08 milhão de vidas por ano.

Na Rússia, terceiro maior produtor de trigo do mundo, uma severa onda de calor em julho de 2015, a pior em 130 anos, destruiu lavouras e causou incêndios ao redor do país, o que levou o governo a proibir a exportação do grão e a residentes de Moscou a abandonar a cidade. Os efeitos nos Estados Unidos se traduzem em secas severas, como a sofrida pela Califórnia nos últimos quatro anos, além de furacões e enchentes.

América Latina lidera ranking —Na contramão dos resultados negativos está a América Latina, onde 83% disseram que o assunto é bastante grave. O Brasil está alinhado aos resultados dos vizinhos latino-americanos. No país, 82% da população classifica o tema como “muito sério”, atrás apenas de Colômbia, Peru e Chile no ranking global.

Outros 12% dos brasileiros acreditam que o aquecimento global é um problema de certa forma grave. Ao todo, 93% dos brasileiros se mostram apreensivos com o tema.

Apesar dos números baixos entre China, Estados Unidos e Rússia, a média global aponta um cenário mais positivo. O estudo mostra que 54% da população veem o aquecimento do globo como um problema muito sério e 41% acreditam que será possível reduzir emissões.

Outro ponto revelado pelo estudo é o aumento de pessoas que acreditam que o planeta está ficando mais quente. Em dezembro de 2015, sete em cada dez respondentes disseram acreditar que a temperatura global vem aumentando ao longo dos anos. Em janeiro de 2014, apenas 62% dos pesquisados concordavam com essa afirmativa.

Entre os brasileiros, a maioria (84%) disse ver evidência de aumento da temperatura, número maior que o registrado na pesquisa em janeiro de 2014 (81%). Num ano em que diversos estados brasileiros foram atingidos pela seca e São Paulo enfrentou racionamento de água, quem puxou a alta foram os jovens: o índice de concordância entre aqueles com menos de 35 anos saltou de 74% em 2014 para 81% no ano passado. Entre os mais ricos também houve alta expressiva: saiu de 72% em janeiro de 2014 para 87% em dezembro de 2015.

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