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25/11/2017 - 07:55

Programa “Papagaios do Brasil” é focado na conservação das espécies


Campanha realizada pelas redes sociais integra iniciativas que protegem seis espécies, além de realizar ações contra o tráfico de aves.

No início de novembro uma campanha nas redes sociais [https://www.facebook.com/papagaiosdobrasil] deu início ao Programa Papagaios do Brasil, que tem como objetivo evitar a retirada de papagaios da natureza, por meio do combate ao tráfico de aves, e promover outras ações para sua conservação na natureza. A iniciativa tem apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Ao todo, no Programa, são seis as espécies de papagaios com diferentes graus de ameaça: papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), papagaio-charão (Amazona pretrei), papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) e papagaio-moleiro (Amazona farinosa). As espécies habitam diferentes biomas do país e, além do tráfico, enfrentam a redução do seu hábitat. “As seis espécies são contempladas pelo Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios, o PAN Papagaios, que engloba um conjunto de atividades voltadas ao combate das principais ameaças a esses animais”, explica Patricia Serafini, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (ICMBio/CEMAVE).

O Programa Papagaios do Brasil segue as diretrizes do PAN Papagaios e tem ações previstas até 2021, entre atividades de educação e conscientização para conservação da natureza, pesquisas e participação de instituições públicas e privadas. O Programa tem apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e realização da SPVS, Parque das Aves, Fundação Neotrópica, Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e ICMBio/CEMAVE.

Parceria que potencializa esforços — Elenise Sipinski, responsável técnica pelo Programa Papagaios do Brasil, afirma que a união de diferentes instituições garante resultados mais efetivos na conservação da natureza. “Infelizmente há pessoas que compram papagaios silvestres e financiam esse tipo de crime. Com o Programa Papagaios do Brasil, pretendemos mostrar que a biodiversidade é nosso maior patrimônio”, comenta Sipinski. Ela também é coordenadora do Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, realizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) desde 1998 no litoral paranaense e litoral sul de São Paulo, áreas onde a espécie ainda é encontrada.

A diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, explica que a instituição é uma das principais a apoiar projetos e programas de conservação da natureza brasileira. Já são 1.528 iniciativas beneficiadas, em todas as regiões do Brasil, dentre as quais 39 foram relacionadas à conservação de papagaios. “Com o apoio financeiro ao Programa Papagaios do Brasil, contribuiremos para que as ações de conservação de papagaios serão integradas e terão seus resultados potencializados”, diz Malu.

Membro da equipe executora do Programa, Nêmora Prestes reforça a importância da iniciativa. “Ao somar esforços, todas as espécies são valorizadas, bem como o bioma onde vivem. Os papagaios são animais ícones do nosso País e precisam de todo o apoio que pudermos dar”, afirma a professora da Universidade de Passo Fundo, participante do Projeto Charão e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).

Para Glaucia Seixas, coordenadora dos projetos Papagaio-verdadeiro e Papagaio-chauá pela Fundação Neotropica, a conservação da fauna e da flora são de vital importância e precisam de destaque. “É com muito orgulho que participo desse Programa que se inicia. Proteger e conservar a biodiversidade brasileira deve estar no topo das preocupações das instituições públicas e privadas, já que as consequências afetam a toda a sociedade”, analisa Glaucia, que também atua no Programa Papagaios do Brasil e é membro da RECN.

Papagaio-de-cara-roxa — O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) vive em uma estreita faixa do bioma Mata Atlântica que se estende do litoral do Paraná ao Litoral Sul de São Paulo. Desde 1998, a SPVS desenvolve o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa, monitorando anualmente a população da espécie e realizando atividades de manejo e educação para conservação com as comunidades locais. Com ações como a instalação de ninhos artificiais de madeira e PVC, que suprem a falta de ocos de árvores, houve um crescimento na população nos últimos anos. Em 2014 a situação do papagaio-de-cara-roxa saiu de “vulnerável” para “quase ameaçado” na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. No entanto, o alerta de conservação da espécie permanece, devido à destruição de seu habitat natural e à grande quantidade de papagaios capturados para serem vendidos de forma ilegal.

Papagaio-verdadeiro — No Brasil, a espécie mais conhecida de papagaio é o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). Essas aves habitam o Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e regiões do Sul do país. Sua popularidade se deve, principalmente, à sua habilidade para imitar a fala humana. Por esse motivo, a espécie é a mais traficada para o comércio ilegal. Mais de quatro mil papagaios-verdadeiros já foram apreendidos pelos órgãos fiscalizadores desde 1988. Para conservar a espécie e seu habitat natural, o Projeto Papagaio-verdadeiro pesquisa e monitora filhotes desde 1997. O projeto realiza a contagem de indivíduos em dormitórios para estimar a população nacional, além de atividades de educação e sensibilização com crianças, moradores do entorno de áreas naturais e turistas para combater o tráfico.

Papagaio-charão — O papagaio-charão (Amazona pretrei) vive nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, nas florestas com araucárias, onde se alimenta das sementes do pinheiro-brasileiro. Essa espécie é uma das menores entre os papagaios do país. Entre as ações desenvolvidas para conservação da espécie, a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) tem incentivado proprietários de terras na criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), estratégia que garante a perpetuidade da preservação de áreas naturais e protege o habitat do papagaio-charão. O Projeto Charão pesquisa e monitora os papagaios, além de promover a educação para conservação da natureza nas cidades onde a espécie é encontrada.

Papagaio-de-peito-roxo — O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) era encontrado frequentemente em várias regiões do bioma Mata Atlântica, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul. Mas a diminuição de áreas de florestas bem conservadas reduziu drasticamente a população da espécie. Em 2014 a Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF) realizou a primeira avaliação nacional do tamanho da população dos papagaios-de-peito-roxo. Além de ações de pesquisa e coleta de dados, caixas-ninhos também são instaladas pelo projeto para suprir a falta de ocos de árvores nativas e auxiliar na reprodução da espécie.

Papagaio-chauá — O papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) vive nas florestas úmidas da faixa litorânea do país. Na Mata Atlântica é encontrado desde o estado de Alagoas até o Rio de Janeiro e algumas regiões de Minas Gerais. O status populacional da espécie é um dos menos conhecidos, o que torna ainda mais relevantes as iniciativas de conservação. O Projeto de Conservação do Papagaio-chauá é executado pela Fundação Neotrópica do Brasil e pelo Parque das Aves, que realizam pesquisas e atividades de educação para conservação. Em parceria com instituições e comunidades locais, o projeto incentiva a geração alternativa de renda com menor impacto aos ambientes naturais.

Papagaio-moleiro — O papagaio-moleiro (Amazona farinosa) é o maior papagaio brasileiro, medindo cerca de 40 cm de comprimento. Pode ser encontrado em florestas mais densas da Amazônia, Bahia, São Paulo e no leste de Minas Gerais. A principal ameaça à espécie é a captura ilegal para criação em cativeiro. Devido à sua personalidade dócil, os papagaios-moleiros são muito procurados como animais de estimação, o que tem contribuído para uma queda drástica na população, principalmente na Bahia.

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.528 projetos de 501 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.

A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

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