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25/07/2020 - 07:37

Monitor de Secas chega ao Centro-Oeste com a entrada do Distrito Federal e Goiás


Monitor de Secas já está presente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste, acompanhando o fenômeno em 14 estados e no DF. Chuvas de junho diminuíram áreas com seca em sete estados nordestinos em comparação a maio. DF foi única unidade da Federação monitorada a não registrar seca no último mês. ­

A partir deste mês de julho, com a entrada de Goiás e do Distrito Federal, o Centro-Oeste passa a contar com o acompanhamento do Monitor de Secas. Segundo o Mapa do Monitor de junho, as duas unidades da Federação apresentaram realidades opostas no último mês em termos de secas. Isso porque o Distrito Federal foi a única das 15 unidades da Federação monitoradas a não registrar o fenômeno em junho, enquanto Goiás teve a maior área com seca grave identificada pelo Monitor e a maior parte de seu território apresentou as intensidades fraca, moderada e grave do fenômeno.

Com a entrada no Monitor, Goiás e DF passam a ter melhores condições para se prepararem na mitigação dos impactos da seca e antecipar ações de resposta a ela. Em território goiano a instituição parceira do Monitor é a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), que em junho excepcionalmente também elaborou o mapa do Distrito Federal. Pelo DF, a partir de agosto a validação será realizada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA), cujas informações ajudarão a melhorar o entendimento da seca no leste goiano – onde o DF está localizado.

Com as chuvas de junho, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com o fenômeno em sete estados: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, houve o aumento das áreas com o fenômeno em cinco estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em Tocantins a área se manteve estável. No caso do Rio de Janeiro, que entrou no Mapa do Monitor em junho, foi registrada seca pela primeira vez no estado. Assim como aconteceu em maio, no mês passado todas as 15 unidades da Federação apresentaram partes de seus territórios sem registros de seca.

Em cinco estados houve a redução da gravidade das secas: Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Em Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte continuam existindo somente áreas com seca fraca. Em Tocantins, a severidade do fenômeno permanece variando de fraca a grave em mudanças em relação a maio. Já no Piauí aconteceu um leve aumento da área com seca moderada, enquanto no Rio de Janeiro foi identificada uma porção com seca fraca. Como é a primeira vez que DF e Goiás constam do acompanhamento, ainda não é possível comparar a situação de ambos em relação a meses anteriores.

O mês de junho faz parte do período chuvoso no leste do Nordeste. Também integra o período seco em grande parte do centro-norte e oeste nordestino, assim como na região Centro-Oeste. De acordo com a climatologia do último mês, os maiores volumes de precipitação, com valores acima de 150mm, ocorrem no noroeste do Maranhão e no litoral leste do Nordeste. Volumes inferiores a 20mm são esperados tanto para o interior da região Nordeste quanto para maior parte de Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal.

Em junho de 2020, precipitações com acumulados superiores a 150mm ocorreram no noroeste do Maranhão e em grande parte do litoral leste nordestino. Já as menores precipitações aconteceram no interior do Nordeste, bem como nos estados da parte central do Brasil, o que resultou na caraterização do período seco nessas áreas.

Quando analisados os últimos meses, há um predomínio de chuvas acima da média no Nordeste, o que vem contribuindo para uma contínua redução da severidade e das áreas de seca na maior parte desta região, onde agora predominam condições que variam desde sem seca relativa até seca fraca. Porém, devido à grande variabilidade das chuvas, ainda há pequenas áreas de seca com intensidade variando de moderada a grave. Toda a seca na região possui impactos somente de longo prazo.

O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo quatro das cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste mais Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. Tanto Mato Grosso do Sul quanto os três estados da região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) já receberam treinamento e iniciaram a etapa de testes para entrar no Monitor, o que já pode acontecer nos próximos meses.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.

Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.

Situação por estado: Alagoas — Em Alagoas, as precipitações acumuladas em junho variaram de 20mm a 300mm. Associadas aos indicadores de longo prazo, as chuvas auxiliaram para a redução da área com seca fraca no centro-leste do estado, deixando a maior parte desta faixa sem seca. Assim como em maio, somente a intensidade fraca do fenômeno foi registrada no estado, sendo que a área sem seca subiu de 17,82% para 59,53% do território. Todo o estado alagoano se encontra somente sob os impactos de longo prazo.

Bahia — Na Bahia, onde houve registro de chuva, os acumulados de junho variaram entre valores abaixo de 10mm, na porção centro-oeste, e valores em torno de 250mm no litoral. Tal condição, somada à uma melhora nos indicadores de curto e longo prazo, favoreceu a uma redução da intensidade da seca (de moderada para fraca) em grande parte do centro-sul do estado. Também houve uma pequena expansão da área sem seca em parte do setor nordeste e, ainda, no extremo sul. No extremo norte, na divisa com o Piauí, ainda prevalece o núcleo de seca grave. Os impactos em todo o território baiano são somente de longo prazo. Entre maio e junho a área sem seca subiu de 19,03% para 24,22%. Já severidade do fenômeno diminuiu com o recuo da área com seca moderada, que caiu de 31,01% para 17,94% entre maio e junho.

Ceará — No Ceará, onde houve registro de chuva, os acumulados em junho variaram entre 2mm e 120mm, sendo os maiores valores observados na região litorânea e nordeste do estado. Com base na precipitação dos últimos meses e nos índices de longo prazo, não houve mudanças quanto aos níveis de seca, permanecendo a condição de seca fraca na região central do estado. Os impactos se mantêm somente de longo prazo. Entre maio e junho, a área sem seca diminuiu levemente de 79,18% para 78,16% no Ceará.

Distrito Federal — No Distrito Federal, não houve registros de chuvas em junho. As anomalias de precipitação ficaram ligeiramente abaixo da média climatológica. No entanto, o DF ainda não apresenta resultados visíveis nos indicadores. Com isso, manteve-se a condição normal, sem seca relativa. Dentre as 15 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, o Distrito Federal foi a única sem seca registrada em junho.

Espírito Santo — No Espírito Santo, com precipitações variando de menos de 5mm a cerca de 100mm em junho, as condições atuais apontam para um ligeiro aumento da área de seca fraca em direção ao sul do litoral norte do estado, em razão das chuvas abaixo da média no último mês, o que refletiu na piora dos indicadores. A área com seca fraca apresenta impactos de curto prazo e aumentou de 20,83% para 25,64% do território capixaba entre maio e junho.

Goiás — Em Goiás, as chuvas abaixo da média nos últimos meses, principalmente no sul, noroeste e centro goiano têm contribuído para a piora dos indicadores de seca. Desse modo, houve um aumento da área de seca fraca e seca moderada em direção à divisa com Minas Gerais, baseado nos indicadores combinados de curto e de longo prazo. Também ocorreu um aumento da área de seca grave em direção ao noroeste, com as evidências baseadas nos indicadores de seca. Em 93,36% do território de Goiás foi registrada seca em junho, sendo que 22,82% da área do estado ocorreu seca grave, o maior percentual entre as 15 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor no último mês.

Maranhão — No Maranhão, as precipitações ficaram abaixo de 60mm quase todo o estado, exceto na região norte, onde os acumulados oscilaram entre 60mm e valores acima de 250mm. Devido ao déficit de precipitação observado no setor central do Maranhão ao longo dos últimos meses, manteve-se a condição da seca fraca e com um leve aumento de sua área. No extremo sul, não houve alterações quanto à condição de seca fraca. O restante do estado não registra o fenômeno. Os impactos ainda são resquícios de períodos anteriores e, portanto, permanecem de longo prazo. Entre maio e junho aconteceu no Maranhão uma redução da área sem seca, que passou de 79,63% para 70,8% de seu território.

Minas Gerais — Em Minas Gerais, a atual situação aponta para um agravamento nas condições de seca, com o surgimento da área de seca fraca desde o Triângulo Mineiro até a Zona da Mata, ficando esta área sob impacto de curto prazo. Além disso, houve um ligeiro aumento da área de seca moderada no Triangulo Mineiro/Paranaíba em razão da piora dos indicadores combinados de curto e longo prazo nesta área. Por outro lado, no setor nordeste do estado houve recuo da seca fraca, devido às chuvas acima da média na região. Os impactos observados são de longo prazo, com exceção do Triangulo Mineiro e sul/sudoeste de Minas, cujos impactos são de curto e longo prazo. Dentre as 15 unidades da Federação, Minas foi a única a registrar seca extrema em junho, que subiu de 2,49% para 2,67% de seu território na comparação com maio. A área sem seca no estado teve uma queda significativa entre maio e junho, passando de 61,49% para 48,47%.

Paraíba — A Paraíba apresentou chuvas no mês de junho entre 10mm e 250mm. Considerando esta distribuição das chuvas, houve uma redução da intensidade da seca sobre parte do Agreste (de moderada para fraca), além de uma pequena diminuição da seca fraca na região do Cariri, onde o estado faz divisa com Pernambuco, bem como no Sertão, na divisa com o Rio Grande do Norte. Desta maneira, agora há presença somente de seca fraca no estado (no Agreste e em parte do setor leste do Sertão), com impactos de longo prazo. Com as chuvas do último mês, as áreas sem seca na Paraíba saltaram de 45,29% para 60,37% entre maio e junho. A intensidade do fenômeno também diminuiu com o fim das áreas com seca moderada. Esta é a melhor situação da Paraíba desde o início do Monitor em julho de 2014.

Pernambuco — Em Pernambuco, os acumulados de chuvas em junho oscilaram entre valores abaixo de 30mm (em grande parte do Sertão) a pouco mais de 400mm (na Mata pernambucana). Com isso, houve uma redução da intensidade da seca no setor norte do Agreste (de moderada para fraca), assim como a diminuição da área com seca fraca no Agreste e litoral pernambucano. Desta maneira, ainda há presença de seca fraca apenas em parte do centro-sul e nordeste do estado, com impactos de longo prazo. Devido às chuvas do último mês, as áreas sem seca em Pernambuco subiram de 41,28% para 56,62% entre maio e junho. A intensidade do fenômeno também diminuiu com o fim das áreas com seca moderada. Esta é a melhor situação de Pernambuco desde o início do Monitor em julho de 2014.

Piauí — Em junho houve registro de chuva no Piauí, onde os acumulados variaram entre 2mm e 100mm. Considerando ainda os acumulados de precipitações observados nos meses anteriores, houve uma leve redução da seca fraca em uma pequena área da faixa central do estado. A seca moderada e a seca grave continuaram restritas ao extremo sul, onde o Piauí faz divisa com a Bahia. Em todo o estado, esta seca se apresenta com impactos somente de longo prazo. Entre maio e junho o Piauí teve o aumento da área sem o fenômeno, passando de 50,06% para 56,32%. Porém sua intensidade aumentou com a leve ampliação do território piauiense com seca moderada, passando de 14,46% para 14,48% do total.

Rio de Janeiro — O Rio de Janeiro tem apresentado chuvas abaixo da média nos últimos meses, o que acabou refletindo na piora nos indicadores de curto prazo. Isso resultou no surgimento de uma área de seca fraca, que se estende desde o Sul Fluminense, passando por toda a Região Metropolitana e alcançando o sul da Região Serrana. Esta área está sob os impactos de curto prazo. Em maio o estado ficou 100% sem seca, enquanto em junho o fenômeno foi identificado com severidade fraca em 50,11% do território fluminense.

Rio Grande do Norte — No Rio Grande do Norte, os acumulados de precipitação em junho variaram entre 10mm (no setor central) e valores acima de 250mm (na faixa litorânea). Comparando-se com o mês de maio, houve uma redução da área de seca fraca na faixa centro-oeste do estado, deixando toda esta área sem seca relativa. Onde há presença de seca, os impactos seguem apenas de longo prazo. Entre maio e junho, houve o aumento da área sem o fenômeno em território potiguar, que subiu de 57,44% para 73,23%. Esta é a melhor situação do Rio Grande do Norte desde o início do Monitor em julho de 2014.

Sergipe — Sergipe apresentou precipitações variando de 70mm a valores próximos de 250mm em junho. Tal cenário, somado à uma melhora nos indicadores de curto e longo prazo, propiciou uma redução na intensidade da seca (de moderada para fraca) no extremo oeste do estado, onde faz divisa com a Bahia. Também houve uma pequena redução da seca fraca no litoral norte sergipano. Os impactos no estado são somente de longo prazo. Entre maio e junho o território sem seca em Sergipe subiu de 32,96% para 42,36%, sendo que a severidade do fenômeno diminuiu com o fim da área com seca moderada no estado.

Tocantins — Em Tocantins, as precipitações acumuladas em junho variaram de 0mm (em grande parte do estado) a 30mm. Apesar das chuvas ligeiramente abaixo da média histórica, as áreas e as intensidades de seca permanecem inalterados em relação a maio, sendo que o fenômeno é registrado em 86,19% do território tocantinense, variando entre fraco e grave. Devido à piora do indicador de curto prazo na porção ocidental do estado, houve um avanço da linha de impacto de curto e longo prazo em relação ao mês anterior.

Perfil — O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 14 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.

Em operação desde 2014, o Monitor de Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir outras regiões. Em novembro de 2018, junho de 2019, janeiro de 2020, junho de 2020 e julho de 2020 aconteceram respectivamente as entradas de Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Rio de Janeiro, Goiás e DF (estes no mesmo mês) no Mapa do Monitor.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a ausência do fenômeno.

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