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13/08/2020 - 07:38

Indústrias têxteis já buscam um destino mais sustentável para suas embalagens

O brasileiro produz quase tanto lixo como um país desenvolvido: são 1,2 kg por dia - perto da estatística de países como França, Inglaterra e Suécia. Apenas 3% do lixo gerado no Brasil é reciclado. A diferença é que nos países europeus, há mais de duas décadas, existem leis em vigor para incentivar a reciclagem e o reaproveitamento dos materiais. O Brasil está tentando chegar lá. Em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), lei nº 12.305, similar às existentes na Europa, entrou em vigor. Com a lei, o governo brasileiro espera reduzir a quantidade de lixo levada para aterros, lixões ou simplesmente descartada no meio ambiente. Para isso, conta com a colaboração dos consumidores e dos fabricantes de bens de consumo.

Após a publicação da PNRS, de agosto de 2010, e da Decisão da Diretoria nº 114/2019/C, de 23 de outubro de 2019, da Cetesb, estabeleceu-se que toda empresa tem responsabilidade pelos produtos que podem se tornar resíduos sólidos. A tendência, então, é a criação de ações de redução de volume de lixo, de investimento nas concessionárias e cooperativas, além de um trabalho intensivo de conscientização dos consumidores finais.

Com isso, em maio de 2018, foi assinado um Termo de Compromisso de Logística Reversa de Embalagens no Estado de São `Paulo (TCLR) entre a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo(Cetesb) por intermédio da SMA (Secretaria do Meio Ambiente) com o intuito de trazer uma solução para as entidades participantes. A assinatura do TCLR regulamenta o sistema de logística reversa de embalagens pós consumo e reflete não só no melhor destino do resíduo sólido criado por muitas empresas nacionais, mas, também, vai ao encontro do desenvolvimento da conscientização ambiental no Brasil.

A partir de agosto de 2020, a Abit aderiu ao TCLR e viabiliza aos seus associados uma solução validada pelo órgão ambiental estadual, com baixo custo e resultados tangíveis. O sistema é operacionalizado e gerido pela New Hope Ecotech, e funciona da seguinte forma: as marcas informam quantas toneladas de plástico, vidro, papel ou metais geraram no Estado de São Paulo com a venda dos seus produtos e a New Hope Ecotech calcula o passivo ambiental equivalente. Com base nesse valor, as marcas pagam pelo serviço ambiental de forma proporcional à quantidade de embalagens que vendem. O pagamento pelo serviço é destinado às cooperativas e concessionárias de reciclagem que comprovam que estão operando formalmente e reciclando materiais equivalentes aos das embalagens. Tudo isso, rastreado e validado pela plataforma de tecnologia da empresa, que faz um trabalho de checagem das notas fiscais emitidas pelos operadores de reciclagem, através de blockchain, análises estatísticas e machine learning. Assim, as empresas recebem o Certificado de Reciclagem de Embalagens que comprova que a compensação ambiental foi realizada de acordo com o passivo gerado pela empresa.

Graças ao engajamento das empresas, a New Hope Ecotechconseguiu aumentar em até35% a renda de trabalhadores na cadeia de reciclagem, garantir a formalização de dezenas de recicladores e rastrear milhares de toneladas de resíduos sendo oficialmente reciclados. — Queremos conectar empresas de bens de consumo com a cadeia de reciclagem, formalizando todos os atores e criando um mercado mais transparente. Assim, empoderamos milhares de catadores com capacitação e renda, e contribuímos para uma cadeia mais inclusiva e sustentável — explica Thiago Carvalho Pinto, co-fundador e CEO da New Hope Ecotech (selo eureciclo).

E como o consumidor pode ajudar? Primeiro, priorizando marcas engajadas e comprometidas com a reciclagem. E, claro, no dia-a-dia, separando as embalagens recicláveis do lixo comum para que elas sejam destinadas à reciclagem por meio da coleta seletiva no seu bairro ou entregando à cooperativa mais próxima.

A New Hope Ecotech foi fundada em julho de 2015 com a missão de levar sustentabilidade financeira e desenvolvimento para o setor de reciclagem no Brasil. Como empresa de base tecnológica, rastreia indicadores da cadeia de reciclagem através de uma plataforma robusta e transparente. Em 2016, criou o selo eureciclo, que garante que empresas fabricantes de bens de consumo invistam na cadeia de reciclagem através da compensação ambiental das suas embalagens.

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