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16/05/2008 - 14:41

Carrinho elétrico desenvolvido pela Itaipu chega aos catadores de materiais recicláveis

Tecnologia foi desenvolvida pela Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, do Parque Tecnológico Itaipu.

A Central de Armazenagem da Itaipu (ao lado da Diretoria de Coordenação e Meio ambiente), o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, fará a entrega do primeiro lote de carrinhos de coleta de materiais recicláveis movidos a eletricidade, no dia 16 de maio (sexta-feira). Os carrinhos foram desenvolvidos pela Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em parceria com a empresa Blest Engenharia, de Curitiba.

Nesta primeira etapa serão entregues 18 unidades, duas para cada um dos nove barracões de armazenamento e triagem de materiais recicláveis de Foz do Iguaçu. Para 2008 está programada a produção e entrega de 50 carrinhos, dos quais 35 ficarão na região da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3) e 15 irão para o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCMR).

A tecnologia foi desenvolvida pela Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, que conta com a participação de instituições de ensino, entidades privadas e governamentais do oeste do Paraná para o emprego de fontes geradoras sustentáveis, especialmente o biogás, a energia solar, eólica e hidráulica.

Os carrinhos são construídos pela Blest Engenharia, especializada em circuitos elétricos, e custeados e doados pela Itaipu Binacional às associações e cooperativas de catadores. Para a produção das 50 unidades previstas para 2008, a Itaipu repassou recursos via Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu. Os primeiros protótipos desses veículos foram apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo em dezembro de 2007 e doados ao MNCMR.

A inovação, além de representar um importante avanço tecnológico alcançado pela Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, é uma nova conquista na implementação do Projeto Coleta Solidária, do Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu Binacional e seus parceiros.

Para Luiz Henrique da Silva, integrante do MNCMR, Luiz Henrique da Silva, esse projeto é “uma grande conquista, pois vai proporcionar maior qualidade de trabalho aos catadores. O veículo elétrico vai acabar com o sofrimento dos catadores ao empurrar carrinhos pesados pelas ruas das cidades. Tendo essa tecnologia à disposição, por meio da parceria com Itaipu, o objetivo é disseminá-la em todo o território nacional”, diz Luiz Henrique.

O carrinho elétrico substitui a tração humana em boa medida, pois os catadores, com seus carrinhos convencionais, passam a fazer a coleta nas residências e nos estabelecimentos e a entregar os materiais aos carrinhos elétricos para que estes os conduzam até os barracões, ou centros de triagem.

Segundo o coordenador de projeto do Instituto Nenuca Insea de Desenvolvimento Sustentável, José Aparecido Gonçalves Neto, “a parceria com a Itaipu vai motivar os catadores e trazer resultados positivos, como sustentabilidade da atividade e criação de empreendimentos”.

Antes do carrinho elétrico, a Itaipu havia produzido e doado aos catadores da BP3, além de outros materiais e equipamentos, 1.636 carrinhos convencionais construídos com materiais de sucata remanescentes da construção da usina.

Como é e como funciona - Com motor elétrico de 1,0 hp, o veículo elétrico para catadores tem capacidade para transportar 300 quilos de carga. Sua autonomia é de 4 a 5 horas de movimento contínuo. O carrinho é equipado com duas baterias de 150 amperes. A recarga completa da bateria leva em torno de 6 horas. O acionamento do motor e o controle de velocidade são feitos manualmente apertando dois botões localizados no guidão.

As dimensões e características do carrinho elétrico são semelhantes às dos convencionais, de tração humana ou animal. Mede 2,10 metros de comprimento por 2,10 metros de altura e 95 centímetros de largura. A carroceria é fabricada em esquadria de ferro e tela metálica, bem resistente para o transporte de carga. A gaiola é removível, podendo ser retirada para facilitar o descarregamento. O único “opcional” que diferencia o carrinho elétrico dos convencionais é um toldo que protege o condutor do sol e da chuva.

Além de facilitar muito o trabalho do catador, o carrinho elétrico garante maior segurança, pois é equipado com setas de sinalização eletrônica e o guidão protege o condutor contra riscos de atropelamento no trânsito.

Trata-se, enfim, de algo simples e relativamente barato. Um carrinho completo custa R$ 3.000,00, mas só o conjunto com motor e sistema de transmissão, que pode ser instalado pelo usuário, custa R$ 1.500,00.

Melhoria da qualidade de vida deixou de ser um sonho para catadores assistidos pelo projeto Coleta Solidária - Trabalhadores se organizam, se equipam melhor, ganham mais, melhoram auto-estima, conquistam a cidadania e a inclusão social

Dentro do Cultivando Água Boa e seu programa Educação e Sustentabilidade Social e Regional, é desenvolvido na BP3 o projeto Coleta Solidária, numa parceria entre a Itaipu, o Instituto Lixo e Cidadania e associações de catadores de materiais recicláveis dos municípios.

O Coleta Solidária foi concebido sob o critério que, na missão de responsabilidade social e ambiental da Itaipu, prioriza os setores sociais em situação crítica ou de maior vulnerabilidade – caso dos catadores de materiais recicláveis das cidades da BP3, como de todo o Brasil.

O projeto visa a promover a inclusão social dos catadores em parceria com as prefeituras e entidades sociais, organizando a categoria e oferecendo oportunidades de educação e instrumentos de trabalho adequados para possibilitar-lhes aumento da renda e melhoria da qualidade de vida, por meio das seguintes ações principais: realização de cadastro e diagnóstico da condição socioeconômica dos catadores em cada município | organização dos catadores em associações ou cooperativas | inserção na cidadania pela obtenção da documentação pessoal e dos familiares | incentivo à participação das associações e cooperativas no Fórum Regional Lixo e Cidadania | realização de campanhas comunitárias de solidariedade, respeito e colaboração com os catadores | confecção, distribuição e utilização do Manual da Coleta Solidária, que contém os fundamentos teóricos e práticos do projeto | realização de cursos de educação ambiental para formação de catadores como agentes ambientais dos seus municípios | doação de carrinhos de coleta, uniformes, prensas e balanças | acompanhamento e orientação do projeto nos municípios da região.

Modelo de inclusão social - Iniciado em 2003, ano da criação do Programa Cultivando Água Boa, o Projeto Coleta Solidária já está implantado nos 29 municípios da BP3 e em dois de fora dela (Palotina e Guaraniaçu), além de constituir fonte de inspiração para outras regiões e cidades interessadas em desenvolver ações socioambientais nessa linha. Desde a implantação do projeto os objetivos e metas vêm sEconcretizando com real eficácia, como mostram os resultados já obtidos.

Atualmente 13 municípios disponibilizam barracões denominados Centros de Triagem de Materiais Recicláveis aos catadores que administram seus empreendimentos, alguns deles contando com cursos de capacitação, alfabetização, aulas de informática e, por meio de convênio entre Itaipu e o Instituto Lixo e Cidadania, todos os grupos recebem assessoria permanente.

“Melhoria na qualidade de vida e aumento da renda deixaram de ser sonho e passaram a compor estatísticas de sucesso, elevando o Coleta Solidária ao status de modelo de inclusão social de catadores de materiais recicláveis”, afirma o gestor do projeto, Luiz Carlos Matinc. “São muito positivos os relatos vindos dos municípios da BP3, destacando-se a elevação da auto-estima de profissionais antes marginalizados e desrespeitados pela sociedade, mas que hoje contam com o reconhecimento da importância de seu trabalho para o meio ambiente e para que os catadores assumam a condição de empreendedores, decidindo os rumos do próprio negócio, tornando-se assim agentes ambientais e de desenvolvimento de seus municípios.”

Pesquisa feita na fase de diagnóstico para a implantação do Coleta Solidária constatou que a maioria dos catadores era obrigada a emprestar ou alugar o carrinho de coleta dos atravessadores, tornando-se praticamente seus escravos. Isso fez com que o projeto decidisse pela construção e doação de carrinhos, bem como de uniformes que conferem melhor visual aos catadores, que normalmente andavam maltrapilhos.

Mas o passo dado nesse momento é o que vai realmente consolidar o Coleta Solidária: a disponibilização de centros de triagem equipados com prensas e balanças, o que tem proporcionado às cooperativas e associações de catadores ganhos substanciais. Catadores que antes ganhavam de R$ 120,00 a R$ 180,00 mensais passaram a faturar até R$ 700,00 mensais.

Somente no município de Foz do Iguaçu são nove barracões onde os catadores da Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (COAFI) recolhem mais de 240 toneladas de materiais recicláveis por mês e cada trabalhador obtém renda mensal entre R$ 350,00 e R$ 500,00.

Em toda a BP3, aproximadamente 500 toneladas de materiais recicláveis são coletados mensalmente pelos catadores dos centros de triagem, deixando de ser aterrados e de contaminar o meio ambiente. O Instituto Lixo e Cidadania estima que em 2007 os centros de triagem da BP3 atingiram 6.000 toneladas de materiais encaminhados à reciclagem e movimentaram R$ 1,3 milhão.

Números do Projeto Coleta Solidária.: Catadores atendidos e organizados..... 2.300 | Catadores capacitados.....1.667 | Barracões em funcionamento........23 | Cooperativas.........4 | Carrinhos doados.......1.636 | Uniformes doados....... 3.323 | Prensas e balanças doadas.......... 48 | Municípios atendidos na BP3.......29 | Municípios atendidos fora da BP3............ 2. | www.itaipu.gov.br

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