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30/01/2021 - 08:00

No Rio de Janeiro, jabutis-tinga são soltos no Parque Nacional da Tijuca


A espécie vem sendo reintroduzida na floresta desde o ano passado. A intenção é que possam ajudar a restaurar as interações ecológicas perdidas na Mata Atlântica e fortalecer a biodiversidade do Parque Nacional da Tijuca.

O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, recebeu no dia 29 de janeiro (sexta-feira), mais 12 jabutis-tinga, que foram soltos setor de floresta do parque por meio do projeto Refauna, iniciativa que busca a restauração da fauna e interações ecológicas da Mata Atlântica.

O Refauna é uma parceria do parque com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-RJ) e Instituto Luísa Pinho Sartori.

Os primeiros 28 jabutis foram liberados há um ano na unidade de conservação, permitindo o retorno da espécie eliminada do parque há mais de 200 anos..

O tipo de reinserção na natureza era uma prática ainda inédita com a espécie no país. A soltura dos animais, neo dia 29 (sexta-feira), fortalece uma população de jabutis-tinga que voltou para seu habitat. A intenção é que possam ajudar a restaurar as interações ecológicas perdidas na Mata Atlântica e fortalecer a biodiversidade do Parque Nacional da Tijuca.

Para o coordenador técnico do Refauna e biólogo da UFRJ, Marcelo Rheingantz, a dinâmica da floresta foi atingida quando os jabutis sumiram do parque. — O retorno é uma chance para a recuperação da dinâmica perdida como, por exemplo, a dispersão de sementes que eles fazem, o controle de espécies exóticas da vegetação com o pisoteio do solo e até mesmo a maneira como são disponibilizados alguns nutrientes da Mata Atlântica pelas suas fezes — disse.

A bióloga e coordenadora da reintrodução dos jabutis, Carolina Starling, informou que, antes da soltura, os animais passaram por um período de aclimatação durante um ano. — São animais que vieram de diferentes fontes como, por exemplo, o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, no Rio, e centros de Reabilitação de Animais Silvestres em Minas, São Paulo e Mato Grosso. Em 12 meses, foram feitos exames para detectar doenças e aplicados vermífugos nos jabutis. Os padrões e hábitos de alimentação e comportamento, no cercado onde viviam, também foram acompanhados — afirmou.

Retransmissores — Os 12 animais liberados hoje, sete fêmeas e cinco machos, receberam radiotransmissores em seus cascos, como já tinha ocorrido com os outros 28 jabutis em 2020. O monitoramento por rádio se baseia em dados georreferenciados e a análise deles mostra por onde os animais andaram ano passado.

Segundo o biólogo Marcelo Rheingantz, os jabutis souberam explorar a floresta. — Alguns caminharam 1,6 km mata adentro a partir de onde foram soltos. Uma parte foi em direção ao Pico da Tijuca e alguns outros foram localizados no caminho para a trilha do Pico Bico do Papagaio. Essa movimentação sugere adaptação ao novo ambient — , revelou.

Os pesquisadores analisaram ainda a contagem das espécies vivas atualmente, que é considerada como um dado relevante. O levantamento mais recente mostra que a taxa de sobrevivência está em cerca de 80% do total reintroduzido no ano passado. Para os especialistas, esses números são promissores e com o auxílio dos visitantes podem ser mantidos estáveis.

— Orientamos que as pessoas não mexam e nem retirem esses animais caso encontrem com eles no Parque. Não tragam outros jabutis da mesma espécie ou de espécies diferentes para cá e nem tragam cachorros, que podem tentar caçar os jabutis. E nunca alimentem animais silvestres, por mais que pareça solidário — alertou Carolina Starling.

Ainda em diferentes fases de implementação estão previstos os reforços populacionais do trinca-ferro e avaliação da viabilidade da reintrodução de iguana e da arara-canindé.

Refauna — O Refauna tem a participação de pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Laboratório de Ecologia e Conservação de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e do Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres do Instituto Federal do Rio de Janeiro, que conta com a parceria do Parque Nacional da Tijuca, do Instituto Conhecer para Conservar/RioZoo, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Estadual do Ambiente e do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, no Rio de Janeiro. | ABr

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