Alerta de onda de calor marinha e possível retorno do El Niño

Oceanos batem recorde de temperatura média, atingindo 21,1 °C.

De acordo com um estudo realizado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos e relatado pelo The Guardian, a temperatura da superfície dos oceanos atingiu um recorde histórico. Esse fenômeno estaria causando ondas de calor marinhas ao redor do planeta, com temperatura média de 21,1°C, quebrando o recorde estabelecido em 2016 de 21°C.

Os oceanos do planeta estariam absorvendo mais de 90% do calor adicional causado pelas emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, derivadas da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento. O estudo enfatiza que esse aquecimento generalizado é um sinal claro da interferência humana no sistema climático.

O fato de o calor estar atingindo a superfície do oceano aponta para um possível retorno do fenômeno climático El Niño no Pacífico tropical. Isso aumentaria as condições climáticas extremas e poderia estabelecer recordes mundiais de calor.

A NOAA adverte que, por enquanto, há uma chance de 62% de que o El Niño se desenvolva em algum momento entre maio e julho deste ano, mas eles devem continuar a monitorar para confirmá-lo.

As consequências — As observações atuais mostram ondas quentes moderadas a fortes em várias regiões, incluindo o sul do Oceano Índico, o sul do Atlântico, o noroeste da África, ao redor da Nova Zelândia, o nordeste da Austrália e o oeste da América Central.

Este fenômeno levanta preocupações sobre seus possíveis efeitos sobre a fauna marinha e corais em recifes tropicais. Além disso, o consumo humano também está em risco, pois existe a possibilidade de uma alteração radical na cadeia alimentar, promovendo o crescimento de algas e reduzindo a disponibilidade de espécies que são consumidas pelas pessoas.

Para piorar a situação, o aumento do calor aumenta a energia para tempestades, coloca em perigo as camadas de gelo e eleva o nível global do mar devido à expansão da água salgada à medida que aquece.

Notavelmente, de acordo com o Dr. Alex Sen Gupta, professor associado do Centro de Pesquisa de Mudanças Climáticas da UNSW, o aumento da temperatura em grandes massas de água tem sido "quase linear" desde 1980. | MM