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25/09/2008 - 10:53

Reciclagem é o tipo de "emprego verde" que mais abre postos de trabalho no Brasil

Brasília - Há mais de 20 anos, Ângela Maria Pereira Balbino cata lixo. Com seu trabalho, sustenta cinco filhos. Além de catadora, ela é artesã e dirige a Cooperativa de Reciclagem, Trabalho e Produção (Cortrap), que recolhe, separa e vende para reciclagem o lixo de órgãos como a Câmara Federal, ministérios e a Procuradoria-Geral da República.

“Não me vejo fazendo outra coisa, sou muito feliz aqui", diz ela.. "Quando eu ia pensar que você pega um monte de jornal, agrega valor a ele e vende de novo?"

Ângela tem o perfil de um novo tipo de trabalhador que está surgindo da luta contra o aquecimento global. O “Emprego Verde” é o nome que foi cunhado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para definir as atividades relacionadas à tecnologia ambiental e geralmente está relacionado à indústria, construção civil, fontes de energia renováveis, serviços, turismo e agricultura.

Segundo o relatório “Empregos Verdes: Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono”, divulgado hoje (24) pela OIT, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a reciclagem é o "emprego verde" que abriga a maior parte dos postos de trabalho no Brasil. São 500 mil pessoas vivendo do lixo produzido nas grandes cidades. Quase nada comparado à China, quem tem 10 milhões de trabalhadores na “gestão de dejetos”.

Junto com Ângela, na Cortrap, 150 famílias se sustentam a partir do reaproveitamento do lixo. E o objetivo é atingir a marca de 250 famílias. "A gente precisa atingir essa marca para cumprir o projeto que temos com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Eles já nos deram uma empilhadeira e dois caminhões. Agora, para ganhar uma máquina de triturar pet precisamos aumentar o número de cooperados e vamos conseguir", explica Ângela.

Mas, segundo o relatório, nem todos os empregos com reciclagem podem ser considerados “verdes”, porque alguns causam muita poluição. As indústrias de papel, celulose, cimento, ferro, aço e alumínio são as maiores vilãs ambientais, segundo o relatório, porque consomem muita matéria-prima e energia. O processo de reaproveitamento do ferro gasta entre 40% e 75% menos energia que a primeira produção. Já para reciclagem, esses estão entre os materiais mais rentáveis. Papel branco e garrafas pet são os que têm preço mais alto na hora da venda para as indústrias de reciclagem, cerca de R$ 0,12 e R$ 0,28 respectivamente. Já o ferro, tem preço baixo, mas pelo peso acaba valendo a pena, segundo Ângela. | Por: Mariana Jungmann /ABr

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