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09/10/2008 - 08:29

Cedae produz mudas em viveiros para reflorestamento


A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) não apenas investe recursos e pessoal no reflorestamento das margens dos rios Guandu e Macacu, os dois principais mananciais de água que abastecem os mais de oito milhões de habitantes da Região Metropolitana. A empresa também decidiu produzir e fornecer mudas de mais de 100 espécies de árvores típicas de matas ciliares e de Mata Atlântica, como angico vermelho, ipê amarelo, babosa branca, para os dois projetos de reflorestamento, além de um terceiro, próximo ao Reservatório Vitor Konder, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.

Através do programa Replantando Vida, a Cedae vai plantar em parceria com outras instituições e empresas mais de cinco milhões de mudas de árvores nos três lugares nos próximos três anos. No Guandu, a previsão é do plantio de um milhão de árvores nas duas margens do rio e, em Macacu, quatro milhões de mudas. As duas áreas somam cerca de 1,6 mil hectares ao longo dos dois cursos de água, numa faixa contínua com um mínimo de 30 metros de largura. Em Campo Grande, serão plantadas 50 mil árvores em 14 hectares.

Para atender tamanha demanda, a Cedae terá três viveiros de mudas, sempre com assistência técnica e operacional da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ): na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Guandu, em Seropédica, na Baixada Fluminense, na Colônia Penal Agrícola, em Magé, também na Baixada, e em São Gonçalo. O primeiro já funciona há seis meses nas dependências da ETA de Guandu, com a produção anual de 150 mil mudas, mas com plano de em breve dobrar a produção. O de Magé será o maior viveiro, com a previsão de produzir meio milhão de plantas anualmente, e o de São Gonçalo, o menor, com produção de 150 mil a 200 mil mudas.

Com a conjugação do Replantando Vida com o programa Trabalhando pela Liberdade, a Cedae renova a natureza e reabilita vidas. Tanto na produção de mudas como na plantação e manutenção delas, a mão-de-obra utilizada é de apenados em regime aberto e semi-aberto. Pelo trabalho, eles ganham um salário mínimo e a remição da pena – três dias trabalhados significam um a menos na sentença. Os presos, inclusive, fazem um curso de qualificação de mil horas na UFRRJ, também em Seropédica.

– Eles saem de lá com o título de agente de reflorestamento, conhecendo tudo. Os apenados cuidam desde a plantação da semente até o cuidado com a muda já plantada até ficar forte o suficiente para sobreviver sozinha. E nosso trabalho de manutenção é tão bom que temos tido apenas 5% de perda das mudas plantadas em Macacu, quando a média nacional tolerável para uma área reflorestada gira em torno de 30% – explicou o coordenador dos dois projetos e assistente da presidência da Cedae, Alcione Duarte.

No viveiro de Guandu, trabalham dez apenados e nos de Magé e São Gonçalo serão usados mais 23 presos. Juntando os que trabalham na plantação e manutenção das plantas, a Cedae empregará entre 300 e 350 apenados.

– No início, sofremos muita resistência e preconceito, mas fomos em frente e hoje colhemos o êxito dessa idéia. O uso de mão-de-obra de apenados está consagrado dentro da Cedae e já vem servindo de modelo para outras empresas, além de ser um excelente meio de ressocialização para os presos. A gente dá vida a uma muda e, ao mesmo tempo, muda a vida de uma pessoa – conceituou Duarte, acrescentando que, pelo convênio com a Fundação Santa Cabrini, a Cedae poderá empregar até 500 apenados em diversas atividades da empresa.

O tempo entre a plantação da semente no viveiro e o plantio da muda na área de reflorestamento varia de acordo com a espécie, podendo chegar a três meses. As sementes são fornecidas e/ou indicadas por técnicos da UFRRJ. Do “berçário” (um canteiro adubado onde as sementes germinam), as mudinhas são levadas para uma estufa, denominada casa de sombra, para um período necessário sem tomar sol. Ao fim do período específico para cada espécie, a muda volta ao ar livre para a chamada fase de enrustecimento e, algum tempo depois, que pode chegar a três meses, são levadas para a área de reflorestamento.

– No início, as mudinhas são tratadas com todo o carinho e delicadeza, igual a um bebê, mas depois, na fase do enrustecimento, elas, já crescidinhas, recebem pouca água, levam muito vento, ficam com pouca folha, para que aprendam a viver nessas condições climáticas, a ganhar resistência. É quase uma maldade que fazemos com elas, mas necessária, pois, quando forem plantadas, não terão tanta energia, o solo não será tão rico de nutrientes. Aqui, a gente tenta imitar a Natureza em sua plenitude – detalhou Alexandre, um dos apenados que trabalham no viveiro.

Alexandre disse que mudou a visão da vida ao fazer o curso da UFRRJ e começar a trabalhar no viveiro do Guandu.

-A maioria dos que trabalham aqui nunca teve antes contato com o meio rural e quando aqui chegou teve de mudar o foco. A nossa concepção de urbanidade é revertida completamente. Passamos a ter consciência das necessidades do meio ambiente. Hoje quando olho um morro o vejo de forma totalmente diferente de antes, vejo uma área degradada, um desbarrancamento e o que é preciso fazer para recuperar o lugar. Trabalhar com planta é como ser contaminado por um vírus. A gente até sonha com essas plantinhas – completou, defendendo a inclusão da educação ambiental nas escolas em todo o país. | Por: Guedes de Freitas/Secom [ Mais informações no banner lincado da Cedae nos canais Fator Público e Empresas & Negócios deste portal ].

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