US$ 4 bilhões pra o custeio e capacitação de países que abrigam florestas, aponta Relatório Eliasch

A comunidade internacional deve oferecer apoio às nações que abrigam as florestas com o objetivo de reduzir pela metade a taxa de desmatamento até 2020 e tornar o setor de florestas globais neutro em carbono até 2030.

O Relatório Eliasch (Johan Eliasch, é o representante especial para Desmatamento e Energia Limpa), um estudo independente comissionado pelo primeiro-ministro britânico Gordon Brown sobre os mecanismos de financiamento necessários para a redução de emissões associadas ao desmatamento e para o apoio a uma gestão florestal sustentável, foi publicado no dia 14 de outubro (terça-feira), em Londres .

O relatório enfatiza o papel fundamental das florestas no provimento de meios de subsistência para mais de 1,6 bilhões de pessoas no mundo, e a necessidade urgente de ações que visem a redução do desmatamento. O documento aponta que 17% das emissões globais de gases de efeito estufa estão relacionadas ao desmatamento e à degradação das florestas e que a busca de meios sustentáveis para a redução dessas emissões é crucial para que as conseqüências desastrosas das mudanças climáticas sejam evitadas.

O relatório divulga que a comunidade internacional deve oferecer apoio às nações que abrigam as florestas com o objetivo de reduzir pela metade a taxa de desmatamento até 2020 e tornar o setor de florestas globais neutro em carbono até 2030 - isto é compensando as emissões derivadas da perda florestal com o crescimento de novas florestas.

. A redução de emissões resultantes do desmatamento deve ser incluída em qualquer acordo climático global pós -2012 em Copenhague.

. A longo prazo, o setor florestal deve ser incluído nos mercados globais de carbono.

. Financiamento dos setores público e privado será necessário a curto e médio prazo enquanto os mercados de carbono se fortalecem.

· A comunidade internacional deve viabilizar capacitação onde necessário. Estima-se um custo total de capacitação de até US$ 4 bilhões nos próximos cinco anos para as 40 nações que abrigam as florestas.

· Todas as nações devem desenvolver suas próprias estratégias de combate ao desmatamento, incluindo o estabelecimento de linhas de base, metas, governança efetiva e distribuição de financiamento.

O Relatório também destaca a expertise do Brasil no monitoramento do desmatamento por meio de seus sistemas de satélite.

O ministro de Estado britânico para Energia e Mudanças Climáticas, Ed Miliband, recebeu o relatório com o entusiasmo: "O desmatamento é responsável por quase um quinto das emissões globais de carbono. Espero que este relatório estimule o debate mundial sobre como abordar essa questão. Antes das discussões climáticas a serem realizadas em Copenhague no próximo ano, devemos decidir como deve ser o formato de um mecanismo de redução de emissões derivadas do desmatamento. Não podemos nos permitir falhar."

Douglas Alexander, ministro de Estado britânico para o Desenvolvimento Internacional, afirmou:"Com mais de um bilhão das pessoas mais pobres do nosso planeta dependentes das florestas para sobreviver, o relatório de hoje destaca os desafios que enfrentamos para conciliar os interesses individuais com o desafio global de combater as mudanças climáticas." | Sites: www.occ.gov.uk/activities/eliasch e www.occ.gov.uk