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“Floresta-Água: a dependência comum” foi tema do workshop realizado pela TNC e Caterpillar

O workshop “Floresta-Água: a dependência comum”, organizado pela The Nature Conservancy – TNC em parceria com a Caterpillar, realizado no dia 31 de outubro, no Centro Universitário Senac, campus Santo Amaro, reuniu governo, academia, empresas e estudantes na discussão sobre a importância das florestas para a obtenção de água em quantidade e qualidade para a população. O evento contou com palestras e abertura à platéia para o debate dos temas.

O projeto Aliança dos Grandes Rios, uma iniciativa da TNC apoiada pela Caterpillar, que visa a conservação dos principais rios do mundo, foi apresentado por Glauco Freitas, gerente da Aliança no Brasil. O programa tem três objetivos bastante ambiciosos: o primeiro, a implementação de um centro de referência e aprendizado da preservação dos grandes rios, replicando as práticas dos três países onde está sendo desenvolvido; o segundo, alavancar contrapartida para a doação inicial da Caterpillar, que foi de US$12 milhões de dólares; o terceiro, a partir das experiências conduzidas nos países onde o projeto começou - Brasil, China e Estados Unidos, expandir ações de conservação para rios na África, Oceania e região ártica. Na China, a TNC tem trabalhado com agências governamentais para identificar um conjunto de importantes áreas para a conservação, por meio de um mapeamento que será utilizado para tomada de decisões e preservação do rio Yangtze pelo governo chinês. No Mississipi (EUA), o projeto visa conservar e restaurar o alto Mississipi e seus ecossistemas relacionados. No Brasil, o projeto está ajudando a conservar ou restaurar uma área que cobre 23% de território brasileiro, com ações que variam conforme as diferentes situações geográficas e sócio-ambientais.

Fernando Veiga, coordenador de serviços ambientais do Programa de Conservação da Floresta Atlântica da TNC, explicou que a TNC desenvolve projetos em 32 países, sempre por meio de parcerias locais. Fernando enfatiza que é preciso desenvolver mecanismos de incentivo à conservação, como por exemplo, o pagamento pelos serviços ambientais prestados pelas florestas. “Precisamos dar mais valor à floresta em pé, que vale mais que derrubada. A floresta é muito mais que produto, ela gera serviços ambientais, prestados pelos ecossistemas naturais, como o equilíbrio do clima, a proteção à biodiversidade e à qualidade e quantidade da água potável, que habituamos a receber de maneira gratuita”, explica.

Outro tema abordado durante o evento foi o Programa de Restauração de Matas Ciliares no Estado de São Paulo e a Manutenção da Qualidade da Água no estado, por Helena von Glehn Carrascoza, gerente executiva do Programa, que falou sobre a importância de incentivar os produtores rurais na recuperação da Mata Ciliar (já que 80% do território em São Paulo é privado), de se melhorar os índices de vegetação nativa e sobre a produção de sementes e mudas. “O objetivo é implantar esse projeto nas bacias Aguapeí, Tietê, Mogi-Guaçu, Piracicaba e Paraíba do Sul. Este é um momento propício, pois une vários setores da sociedade em um único projeto – governos, ONGs e o setor privado”, diz.

José Carlos Rossetti, coordenador do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas no Estado de São Paulo – CATI – Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apresentou o programa que já tem 518 municípios participantes, 986 microbacias sendo trabalhadas e 17 mil agricultores capacitados. “É preciso fazer essa recuperação nas microbacias e o produtor sabe disso, só é necessário que alguém mostre como ele deve agir”, fala.

A reutilização da água e sua contribuição para a redução na captação na Bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ foi abordado por Marcos Santos, consultor de negócios da Caterpillar Brasil, que mostrou como a empresa reduziu bruscamente seu consumo de água, detectando os consumidores de água dentro da empresa para promover reduções, como o uso de ar condicionado, vazamento de máquinas e torneiras abertas. A principal medida foi a reutilização da água, que em vez de ser jogada no rio, está voltando para a estação de tratamento. A redução é de 50 milhões de litros por ano de água potável com a reutilização da água.

Marcos Folegatti – professor da ESALQ/ESP e coordenador da Câmara Técnica de Agricultura do Comitê da bacia Hidrográfica do PCJ, falou sobre O Papel das Florestas Nativas para a Conservação de Água na Bacia do PCJ, salientando que é necessário o trabalho com o produtor rural para o sucesso dos projetos de restauração das matas ciliares.

O Programa Produtor de Água foi bastante discutido durante o evento por Devanir Garcia dos Santos, gerente executivo de Conservação do Solo e da Água, da Agência Nacional da Água (ANA), que tem por objetivo incentivar os produtores na conservação das matas ciliares por meio de pagamento direto pela conservação e restauração florestal das suas terras. “A idéia de que o meio ambiente deve melhorar às custas de outros não é a certa, precisamos criar condições para que isso aconteça de fato, de forma consistente, por meio de parcerias que viabilizem essas ações, cada um conhecendo sua responsabilidade dentro do processo”.

Miguel Calmon, diretor do Programa de Conservação para a Floresta Atlântica da TNC, finalizou o evento apresentando os “Próximos passos para o desenvolvimento do projeto Produtor de Água e a importância do engajamento da sociedade regional”: como colocar esse projeto em prática. “Nós todos fomos responsáveis pela destruição dessas áreas, como no caso da Mata Atlântica, e sua restauração vai demandar muito tempo e investimento. Precisamos criar incentivos para ajudar o produtor, e toda a sociedade será beneficiada. O programa, além de exigir parcerias, busca trazer todos os atores e instrumentos para fazer essa ação de pagamento pelos serviços ambientais acontecer”, afirmou.

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