Governador Sérgio Cabral cria Área de Proteção Ambiental do Rio Guandu no Dia Mundial da Água

O governador Sergio Cabral assinou, o decreto de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Guandu, que tem por objetivo preservar a bacia hidrográfica que abastece mais de oito milhões de pessoas no Grande Rio, dia 22 de março, no Palácio Guanabara, Laranjeiras. O ato faz parte das comemorações pelo Dia Mundial da Água. Na mesma solenidade, Cabral e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, assinaram o convênio que passa ao município da Baixada Fluminense a responsabilidade pelos licenciamentos ambientais de pequeno e médio impactos na cidade.

Presentes o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o presidente da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), Wagner Victer, o diretor geral do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Guandu, Fredrich Wilhelm Herms, e as presidentes do IEF (Instituto Estadual de Florestas), Yara Valverde, e da Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), Marilene Ramos.

A APA do Guandu, com cerca de 74 mil hectares, receberá uma série de medidas de impacto ambiental, como o reflorestamento das cabeceiras e margens do Rio Guandu e de seus afluentes com espécies nativas de Mata Altântica – inicialmente serão plantadas um milhão de mudas – e a implantação de um parque linear.

– Este ato é importante por dar a garantia da qualidade da água que abastece mais de oito milhões de pessoas. Mas, não vamos nos limitar ao Rio Guandu. Há cerca de um mês e meio, a concessionária Águas de Niterói assumiu o compromisso com o governo do estado de plantar três milhões de mudas e de implantar uma série de medidas ambientais na área do Rio Macacu e do sistema de Imunana-Laranjal, que abastece a população de Niterói e São Gonçalo – afirmou Cabral.

O governador lembrou que sua administração vem realizando outras importantes ações no campo ambiental, em parceria com o governo federal, municípios, instituições não-governamentais e entidades públicas e privadas, para dar ao estado do Rio, nos próximos quatro anos, a vanguarda na preservação do meio ambiente.

– Antigamente, quando se falava em meio ambiente, as pessoas ironizavam, considerando o assunto de menor importância. Este discurso hipócrita acabou. Hoje a questão ambiental é a grande preocupação mundial – frisou o governador.

O secretário de Ambiente, Carlos Minc, disse que o reflorestamento no Guandu será feito por detentos em regime semi-aberto, de acordo com convênio assinado pela Secretaria do Ambiente, Cedae e Fundação Santa Cabrini, órgão da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.

Minc disse que o Rio Guandu está hoje completamente desmatado e assoreado em muitos pontos por receber todo tipo de poluição, como os rejeitos lançados pelo pólo industrial de Queimados a 900 metros do ponto de captação de água pela ETA do Guandu. A criação da APA permitirá o combate mais efetivo à poluição do Guandu e de seus afluentes.

– Temos de defender o Guandu e todos os rios do estado, reflorestar suas cabeceiras e margens, porque é deles que vem a água que bebemos. A maior causa da mortalidade infantil são as doenças de veiculação hídrica – ressaltou o secretário.

O presidente da Cedae, Wagner Victer, considera o projeto da APA muito importante porque a água tem chegado à estação de tratamento cada vez mais poluída.

– Isso faz com a Cedae gaste mais energia e produtos químicos para tratar a água. Com o reflorestamento dos mananciais e com outras medidas de preservação ambiental, teremos uma água muito fácil de tratar e, portanto, poderemos fornecer um produto de mais qualidade – detalhou Victer, ressaltando que a meta é plantar, no total, cinco milhões de mudas de árvores naquela região.

O parque linear do Guandu inicialmente irá da Via Dutra à barragem de captação de águas da Estação de Tratamento da Cedae, abrangendo parte dos municípios de Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu, e estará disponível para os moradores desses municípios. Haverá uma ciclovia multiuso e centros de referência para práticas esportivas e de educação ambiental, além de pequenos portos fluviais.

Segundo Minc, a criação da APA foi discutida amplamente no Comitê Gestor da Bacia do Guandu, com a participação de prefeitos, empresas, técnicos, ambientalistas e representantes dos moradores. A APA será gerida pelo IEF em parceria com o comitê e os recursos para sua manutenção serão oriundos de compensações ambientais e de doações de empresas, como a Vale do Rio Doce e Petrobras.

Minc acrescentou que o projeto do governo do estado será plantar em quatro anos cerca de 20 milhões de árvores nas cabeceiras e margens de 180 mananciais da Cedae em todo o estado. Dentro desse plano, a Secretaria do Ambiente participa, dia 24 de março (sábado), da solenidade em que a prefeitura de Nova Iguaçu inicia a plantação de um milhão de mudas na Serra de Madureira.

Foto: (esq./dir.) Lindbergh Faria, prefeito de Nova Iguaçú, Wagner Victer, presidente da Cedae, Carlos Minc, secretário do Ambiente e o governador Sérgio Cabral