Manual da Firjan ensina a reaproveitar água na indústria

O Sistema Firjan lançou dia 23 de março, o Manual de Conservação e Reuso da Água na Indústria. Em 27 páginas, a obra traz as opções de métodos e sistemas que podem ser utilizados para um melhor aproveitamento do recurso natural, preservando o meio ambiente e tendo em vista as necessidades de melhoria da competitividade e redução de custos.

Com um cenário de escassez previsto para daqui a 20 anos, a FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, recomenda ao setor produtivo que reduza o desperdício e armazene mais água da chuva. O Manual, elaborado pelo Conselho Empresarial de Meio Ambiente e pela Diretoria de Inovação e Meio Ambiente da Firjan, segue essas instruções ao elaborar um plano de conservação e reuso da água, que prevê ainda a reutilização dos efluentes (água já utilizada em algum processo industrial).

O plano começa com um levantamento de dados de consumo da indústria. A fase seguinte, de otimização do uso da água, passa pela identificação de perdas com vazamentos, campanhas educativas, substituição de equipamentos por outros mais eficientes e comparação do consumo com outras indústrias. Também nesta fase são avaliadas as oportunidades de reuso.

A partir daí, a indústria tem a opção de usar os efluentes de seus processos em cascata, ou seja, em processos subseqüentes de produção nos quais a qualidade dessa água seja suficiente, ou fazer o tratamento, que é a forma mais comum. Processos como a decapagem, na indústria metalúrgica (quando a chapa metálica é imersa em uma solução ácida e passa por várias lavagens), ou o desbaste, na indústria automotiva (lavagem de peças para remover materiais polidos), são muito propícios à reutilização da água.

O aproveitamento da água da chuva também é muito recomendado para a indústria, já que a maioria tem grandes áreas de telhados e pátios. Os sistemas de coleta e armazenamento não têm custos altos e se pagam rapidamente. Outra opção, para as empresas que captam águas subterrâneas, é injetar efluentes tratados nos aqüíferos, as reservas de água do subsolo, que têm capacidade de remoção de poluentes. O manual também ensina como medir a viabilidade econômica de um projeto de reuso e traz exemplos práticos, além de reunir a legislação sobre o assunto.