Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

04/06/2009 - 10:56

Depois de leve queda, demanda por certificações ambientais tem recuperação

O número de certificações emitidas e selos concedidos sofreu queda no início deste ano por conta da crise financeira global. Mas, segundo Marisa Plaza, analista de produto em construção civil do Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ), a demanda vem se recuperando desde março. “Atualmente, muitos clientes de grande porte têm exigido certificações de seus fornecedores. Em algumas normas, como selo ecológico, a demanda cresceu pelo menos 30%”, diz Marisa, que ministrou a palestra “Certificação de materiais sustentáveis”, promovida pela Câmara de Comércio Suíço-Brasileira (Swisscam Brasil). Segundo ela, o custo para obtenção de certificação varia de acordo com a norma, quantidade de processos e do pessoal envolvido.

O grupo, -- que atua desde 1992 na área de certificação de produtos, serviços, processos e sistemas de gestão por meio de avaliação de conformidades --, desenvolveu o “selo ecológico Falcão Bauer” para incentivar a melhoria contínua dos produtos, considerando qualidade, impacto ambiental e responsabilidade social empresarial. Os requisitos de certificação do selo se baseiam 1) nas avaliações dos sistemas de gestão da qualidade, ambiental e produtivo e do desempenho dos produtos, 2) na caracterização química para verificação de polutibilidade e toxicidade e 3) na análise simplificada do ciclo de vida completo dos produtos e das ações de melhoria ambiental e social praticadas pelas empresas. No caso do selo, o desembolso, em média, chega a R$ 20 mil em 36 meses.

“A etapa mais detalhada do processo de certificação é, sem dúvida, a análise do ciclo de vida, na qual há necessidade de diversas informações sobre toda a vida do produto”, diz Marisa. Trata-se de uma avaliação do conjunto de impactos ambientais provocados durante todas as etapas da vida do produto, envolvendo a geração/ fabricação de matérias-primas, processo produtivo, embalagem, distribuição, utilização, manutenção e descarte final.

Segundo ela, 11 produtos foram certificados pelo selo ecológico entre abril de 2008 e o mesmo mês deste ano. Outros 32 produtos estão em processo de certificação. Trata-se de produtos de diversos segmentos (limpeza, tintas, aço, escória de aciaria, cordas e fios de pet, formas plásticas, equipamento produtor de água a partir da umidade do ar e tijolos a base de hidróxido de carbono, entre outros. “Há também um processo em fase final de certificação: o de uma tecnologia sustentável, utilizada nos mictórios sem água”, complementa Marisa. Em média, o tempo do processo de certificação varia de 60 a 180 dias, dependendo do tipo de produto e análises necessárias.

“Grande parte dos produtos candidatos à certificação apresenta várias não-conformidades -- por desconhecimento dos requisitos, pelas próprias características do processo produtivo ou ainda por características das matérias-primas. Por isso, o processo foi dividido em fases. E, ao final de cada uma, os fabricantes recebem relatório em que são apontadas as eventuais não-conformidades. Assim, eles têm a opção de corrigi-las e retornar ao processo de certificação”, explica Marisa.

Ainda de acordo com a palestrante, não há certificações mais ou menos importantes. “A abrangência das análises, a seriedade e confiabilidade dos organismos (que outorgam as certificações) e o atendimento às exigências de clientes, órgãos financiadores e mercado são os fatores que diferenciam as certificações”. Marisa sugere que as empresas interessadas em tais processos devem “conhecer os requisitos e avaliar as reais condições e custo-benefício”.

Praticando o discurso -- Também na palestra promovida pela Swisscam, Mabel Minto, da Fundação Espaço Eco, relatou que a Basf, atuante no segmento químico, submete suas soluções à “análise de ecoeficiência”, ferramenta desenvolvida em 1996 na Alemanha e já aplicada mundialmente em mais de 450 estudos, sendo 28 executados no Brasil.

“Pensando na proteção do clima, a Basf oferece tecnologias e soluções que contribuem para melhorias de processos, redução de emissões e consumo consciente de recursos, tendo na análise de ecoeficiência a ferramenta que ampara a tomada de decisões com base nos pilares do desenvolvimento sustentável e na comunicação junto aos clientes e demais stakeholders”, diz Mabel. Segundo ela,a Basf já investiu cerca de R$ 4 milhões nos últimos três anos.

Conforme Mabel, os produtos ou processos ecoeficientes devem considerar, para uma determinada função, alternativas igualmente viáveis ambiental e economicamente. "A procura por ferramentas que medem a sustentabilidade aumentou muito,especialmente por empresas orientadas a longo prazo, as quais sairão da crise fortalecidas, pois estão demonstrando que praticam desenvolvimento sustentável", conclui Mabel.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira