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06/06/2009 - 11:51

Usiminas assume de vez passivo ambiental causado por mineradora no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Em parceria com a Usiminas, o governo do estado do Rio de Janeiro reiniciouno dia 5 de junho (sexta-feira),Dia Mundial do Meio Ambiente, a descontaminação do terreno da extinta mineradora Ingá Mercantil, em Itaguaí.

Houve solenidade para comemorar o ato, com a presença do governador Sérgio Cabral e do vice-presidente da empresa mineira, Omar Silva Júnior, porque o terreno é considerado um dos maiores passivos ambientais do Rio de Janeiro, com um histórico de poluição das águas da Baía de Sepetiba, que remonta a 1977.

O passivo se dá quando uma indústria causa um impacto ambiental e, por lei, tem que gerar investimentos para compensar os impactos.

Concluída a descontaminação da área de 260 mil metros quadrados, a Usiminas construirá um terminal portuário para exportar minério, “atendendo às necessidades logísticas da empresa”, como enfatizou Silva Júnior.

O investimento previsto é de R$ 1 bilhão, em quatro anos e meio. A obra deve gerar 500 empregos diretos e, quando o terminal entrar em operação, no final de 2013, empregará 230 funcionários e criará cerca de 100 empregos indiretos.

O vice-presidente da Usiminas disse que a área da Ingá Mercantil representa um case (exemplo) de recuperação ambiental para a líder no mercado de laminados do país, e que, quando o terminal estiver concluído, se igualará às usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP) como exemplo de excelência ambiental.

A Usiminas adquiriu em leilão, por R$ 72 milhões, a área da Ingá - falida desde 1998 - com o compromisso de dar continuidade à descontaminação da área, iniciada em 2007.

A solução para a área contaminada foi acertada pelos governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ainda em 2007, quando se encontraram, casualmente, na sede do Banco Mundial, em Washington.

Os secretários de Meio Ambiente de ambos os estados deram início às negociações com a Usiminas, que resultaram na aquisição da área, em 2008. “O governador Aécio Neves sempre teve forte ligação com o Rio”, justificou Cabral.

O histórico da poluição provocada pela Ingá Mercantil remonta a 1984, quando foi detectado o lançamento de seus efluentes líquidos na área de mangue da Baía de Sepetiba. A empresa foi, então, obrigada a erguer um dique de contenção dos resíduos sólidos e líquidos. Sete anos mais tarde, a estocagem de rejeito alcançou 25 metros de altura, enfraquecendo a parede do dique e provocando o vazamento do material.

Em 1997/98, a empresa faliu e abandonou a área onde depositava os efluentes líquidos, que formavam um lago tóxico de 260 mil metros quadrados.

Em setembro de 2007, quatro anos depois de a Justiça Federal ter decretado a intervenção na área, a Secretaria do Ambiente conseguiu R$ 900 mil da massa falida da Ingá Mercantil para formatar a instrução técnica para a despoluição da área. Na época, a secretaria registrava vazamentos anuais de efluentes na Baía de Sepetiba. Participaram, também, deste esforço, o governo de Minas Gerais, a União, a prefeitura de Itaguaí, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O projeto de recuperação inclui uma barreira hidráulica para contenção do fluxo do lençol freático, o tratamento dos efluentes líquidos retirados, um sistema de monitoramento da área, a desativação da planta industrial e o armazenamento seguro da água contaminada contida no reservatório da Ingá Mercantil. O custo total será de R$ 40 milhões, arcados pela Usiminas, conforme o edital do leilão.

Na cerimônia desta tarde em Itaguaí, foi derrubado um muro da Ingá Mercantil, simbolizando a retomada dos trabalhos. Nos próximos dias, serão demolidos o galpão e as demais construções da empresa falida na área.| Luiz Augusto Gollo/ABr

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