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12/09/2009 - 11:16

Gargalo da reciclagem está na coleta seletiva, diz presidente da Tetra Pak

Primeiro evento promovido pelo LIDE Sustentabilidade debate soluções para o descarte de resíduos sólidos no País

São Paulo, 11 de setembro de 2009 - De todas as 150 mil toneladas de resíduos sólidos que são descartadas todos os dias no meio ambiente em todo o País, apenas 6% são aproveitadas para reciclagem. E isso significa que há uma verdadeira “mina a ser garimpada” nos 94% restantes, disse hoje o presidente da Tetra Pak, Paulo Nigro, durante o primeiro encontro promovido pelo LIDE Sustentabilidade, braço ambiental do LIDE - Grupo de Lideres Empresariais - voltado para o engajamento empresarial em prol do meio ambiente, e que teve como tema de seu primeiro debate “O desafio urbano da reciclagem” com destaque para o descarte de resíduos sólidos.

“O Brasil está pronto para tomar iniciativas nesse sentido, falta apenas como fazer”, disse Nigro, destacando que 55% dos resíduos vão para lixões – o que é extremamente prejudicial ao meio ambiente, por contaminar o solo – e apenas 39% são corretamente encaminhados para aterros sanitários.

A “mina a ser garimpada”, segundo Nigro, significa que há um enorme potencial de recursos que podem abastecer cadeias recicladoras, o que não ajudaria apenas a preservar o meio ambiente como também se tornaria um importante instrumento de inclusão social. “Temos toda essa quantidade de resíduos sólidos descartados não aproveitados que podemos usar para realizar diversas coisas boas”, explicou o presidente da Tetra Pak. E acrescentou: “Aqui ainda temos um trabalho de formiga, sem uma política nacional a respeito do assunto.”

O gargalo, de acordo com Paulo Nigro, está na coleta seletiva. Embora o País hoje recicle 53 mil toneladas de produtos por ano, esse montante não chega nem a 30% do que vai para o consumo. “Falta educação ambiental, falta infra-estrutura e faltam políticas públicas”, afirmou. “Temos capacidade de reciclar tudo o que produzimos, mas temos muita dificuldade de separar e recolher os materiais reaproveitáveis.”

“Há, de fato, um grande descompasso entre os resíduos sólidos que são gerados e os que são coletados”, disse o deputado federal Arnaldo Jardim, coordenador do grupo de trabalho responsável pela proposta de Política Nacional de Resíduos Sólidos e que também realizou uma exposição sobre o assunto no encontro.

O projeto de lei que está sendo elaborado pelo grupo reúne cerca de 150 projetos de parlamentares a respeito do assunto. O trabalho está em fase final e deve ser levado para o plenário do Congresso no próximo mês. O deputado acredita que o projeto possa ser votado ainda este ano, o que seria uma grande vitória, uma vez que esta é uma questão pendente desde 1991, quando surgiu a primeira iniciativa de se legislar a respeito de resíduos sólidos.

“Nosso grupo participou de diversas audiências públicas, todas concentradas em três pontos principais: a questão da responsabilidade compartilhada, a participação das cooperativas de catadores e os instrumentos econômicos necessários para se organizar a sociedade, através do estímulo às boas práticas ambientais”, afirmou Arnaldo Jardim aos empresários presentes. “Temos obtido grande consenso e o projeto final será produto dessa convergência.”

Durante o encontro do LIDE Sustentabilidade sob a mediação de Roberto Klabin, presidente do LIDE Sustentabilidade, o empresário João Doria Jr., presidente do LIDE, leu um manifesto que será enviado ao Congresso Nacional pedindo a aprovação de uma política nacional de resíduos sólidos. O manifesto teve total apoio dos 120 participantes e especialistas do setor, no dia 11 de setembro ( sexta-feira), em São Paulo.

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