VI Workshop Abeama-Firjan discute uso da energia solar na indústria

No dia 15 de outubro, representantes do governo federal e especialistas reúnem-se na Firjan e discutem benefícios e novas perspectivas da tecnologia no Brasil.

Em meio aos burburinhos e notícias sobre as mudanças climáticas, em função das vésperas da Cop 15, em dezembro, na Dinamarca, uma pausa para falar de energia solar, uma ferramenta importante como energético, para minimizar os dados do “efeito estufa”. Em 2008, um grupo de cientistas reunidos em Paris fizeram um apelo ao mundo: que se aumente o uso. Pois este é o “elemento-chave da resposta que deve ser dada, a partir de agora, aos desafios energéticos, ambientais e climáticos”. Países europeus, Estados Unidos e Japão parecem já compreender este recado e tangenciam um patamar ideal de utilização desta fonte energética. O Brasil, por outro lado, cujo território favorece potencial bem superior para geração da energia, enfrenta um desafio: encontrar caminhos para o estímulo a implementação de sistemas solares, a começar pela indústria.

Energia renovável solar e Meio Ambiente – Uso e aplicações na Indústria será o tema do Workshop Abeama-Firjan 2009 (Waf), no próximo dia 15 de outubro, quinta-feira, entre 8:30h e 18:30h, no auditório da Firjan, na Avenida Graça Aranha 1, Centro do Rio de Janeiro. Promovido, anualmente, pela Associação Brasileira de Energia Alternativa e Meio Ambiente (Abeama) e Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em sua sexta edição, o seminário tem o apoio da GTZ, instituição alemã que trabalha em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha. A programação inclui palestras que variam entre: as posições dos governos, federal, estadual e municipal; as políticas energéticas de instituições como Eletrobrás e Petrobrás; o panorama mundial, especialmente Alemanha e Itália; as perspectivas e possibilidades para os industriais brasileiros; entre outros.

No repertório de atividades do dia 15, destaque para a Rodada de Negócios que vai acontecer concomitantemente ao evento. O objetivo é aproximar efetivamente: empresas e profissionais que oferecem tecnologias e equipamentos de energia solar, sustentabilidade com energia renovável e meio ambiente; e o público interessado na implementação das aplicações das mesmas.

Benefícios ambientais e financeiros - A energia solar térmica – para aquecimento de água – e fotovoltaica – para geração de eletricidade, além de renováveis, são fontes limpas, não propagadoras de gases que causam o efeito estufa. “Considerar, por exemplo, os sistemas térmicos como agentes de eficiência energética nos processos industriais pode ajudar a amenizar o impacto ambiental causado por combustíveis fósseis como gás, diesel e óleo, atualmente, usados pela indústria no aquecimento de água.”, ressalta Ruberval Baldini, presidente da Abeama e coordenador geral do Waf.

Numa mesma relação de vantagens advindas da instalação das placas solares, encontra-se a redução de gastos com energia. Os coletores para aquecimento de água economizam, em média, 70% a 80% do energético utilizado para este fim, seja através da eletricidade ou do gás. O custo de instalação é recuperado em, aproximadamente, três anos de uso. O Hospital Herculano Pinheiro, do Rio de Janeiro, utiliza energia solar há 12 anos. Na época da instalação, o estabelecimento gastava uma média de R$12 mil ao ano com aquecimento de água. De lá pra cá, desconsiderando os reajustes e já abatido o custo inicial do sistema, estima-se que houve uma economia de 100 mil reais. “É como se você pegasse o dinheiro que gastaria em energia e colocasse na poupança”, avalia Baldini. No caso de um hospital, este valor equivale a 200 camas hospitalares ou 460 macas. O tempo de vida útil do sistema está em torno de 15 a 20 anos.

Outra opção são os painéis fotovoltaicos que, ao gerarem energia no local de consumo e quando conectados à rede convencional, tornam-se uma forte opção de geração distribuída, possibilitando uma economia de até 100% do energético utilizado para geração de eletricidade, considerando a possível venda do excedente para a concessionária local.

Expectativas e previsões - Com reconhecidos benefícios ambientais, socioeconômicos e técnicos, fica a dúvida de por que não existe uma difusão mais acelerada desta tecnologia. “Os industriais sabem da importância da questão, mas ficam receosos por conta dos custos de instalação. Há pouco conhecimento sobre as alternativas em relação a esse gasto inicial. Por isso, é importante trocar informações sobre o assunto, como o WAF está possibilitando”, afirma Armando Guedes, presidente do Conselho de Energia da Firjan e palestrante do seminário.

No Brasil, cresce a expectativa em torno do desenvolvimento de uma política energética que possibilite linhas de crédito e financiamentos para os empresários. Por enquanto, a atuação governamental distribui-se em apoios, pesquisas e programas, como o Luz Para Todos e o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), ambos do Ministério das Minas e Energia (MME). O Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura Filho, é palestrante confirmado no Waf e vai apresentar as novas ações do ministério direcionadas à ampliação da matriz energética brasileira, através da energia solar. Entre elas, já é sabida a compra de mais 27 mil novos sistemas fotovoltaicos, ainda em 2009.

“Não posso precisar, mas eu diria que nas próximas duas décadas a busca pela energia solar será muito forte. Além da questão do impacto ao meio ambiente, os preços das fontes de energia convencionais vão crescer, ao longo desses anos”, explica Armando Guedes.

.[VI Workshop Abeama-Firjan: Energia Solar e Meio Ambiente – Uso e aplicações na indústria, no dia 15 de outubro, quinta-feira, entre 8h30 e 18h30, no auditório da Firjan, na Avenida Graça Aranha 1, Centro do Rio de Janeiro.Informações sobre inscrições: www.abeama.org.br | Informações gerais: [email protected] ou (21)2512-1260].