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27/10/2009 - 12:56

CPB adota vasectomia como alternativa para controle populacional de macacos-prego

A vasectomia foi a solução encontrada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes, para o controle populacional dos macacos-prego encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres da Paraíba (Cetas-PB), do Ibama, que fica em João Pessoa.

De acordo com o pesquisador Plautino de Oliveira Laroque, os macacos-prego (Cebus libidinosus) apresentam comportamento sexual ativo e se adaptam bem para reprodução em cativeiro, o que passa a ser um complicador no caso de sua manutenção. Daí a necessidade de controle populacional e uma das saídas é a vasectomia.

A primeira experiência nesse sentido foi realizada recentemente com sucesso, tendo sido submetidos a cirurgia 30 machos adultos, com peso médio de 2,5 kg. Os procedimentos operatórios foram rigorosamente seguidos, com os animais sendo anestesiados e monitorados o tempo todo na mesa de cirurgia, com a análise da frequência respiratória e cardíaca, temperatura retal, colocração da mucosa oral e tempo de perfusão capilar.

Não foram detectadas complicações durante o preoperatório, trans-operatório e pós-operatório. Os animais ficaram em observação durante 10 dias contínuos, com excelente reabilitação pós-operatória, sem ocorrência de complicações e boa cicatrização.

A conclusão, segundo os pesquisadores do Centro, é de que a vasectomia é um procedimento cirúrgico rápido, de fácil execução e pós-operatório, podendo ser empregada em macacos-prego como uma técnica adequada e segura.

Bebedouros – Outra novidade no Cetas-PB são os bebedouros tipo chupeta, já utilizados em pocilgas com sucesso. Agora, eles foram também testados e aprovados com os macacos-prego (Cebus). Pesquisadores do CPB instalaram dois bebedouros no recinto onde ficam os animais. Rapidamente os macacos aprenderam a manipulá-los.

Os macacos-prego são primatas de médio porte com grande capacidade de observação e aprendizado. Frequentemente capturados e traficados, eles acabam sendo levados para os Cetas, que são centros ligados ao Ibama, após as apreensões realizadas pelos fiscais ambientais.

A água é uma das principais fontes de alimento dos símios em cativeiro e devem ser servidas limpas e livres de contaminação. Geralmente, os macacos acabam sujando a própria água que bebem, inclusive ao lavarem certos alimentos antes de consumi-los.

Com a instalação dos bebedouros não houve dificuldade de adaptação. Facilmente os primatas descobriram seu funcionamento, liberando a água por meio de um toque no pino do bebedouro.

O bebedouro tipo chupeta é de baixo custo, fácil instalação e capaz de facilitar o fornecimento de água potável para os primatas mantidos em cativeiro.

Cadastro – O estudo científico de espécies animais exige uma série de detalhamentos que podem servir, por exemplo, de parâmetro na comparação com espécies do mesmo gênero. O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes, localizado em João Pessoa (PB), acaba de fazer um completo levantamento morfométrico (medida das formas) dos macacos-prego (Cebus libidinosus).

O levantamento confirmou que existem diferenças significativas entre as categorias macho e fêmea, não apenas em relação a comprimento, largura, peso ou tamanho da cauda, mas apurou-se também que existe um dimorfismo (diferença de forma) sexual relacionado ao tamanho corporal dos animais. No caso, constatou-se que os machos são mais robustos que as fêmeas. Os dados servem como parâmetros biométricos tanto para os macacos como para comparação com outras espécies do gênero Cebus.

Foram analisadas medidas de 44 espécimes, coletadas durante procedimentos de manejo do CPB. Os dados avaliaram peso, comprimento do corpo, comprimento da cauda, circunferência do peito, circunferência do pescoço, pé direito e, no caso dos machos, comprimento e largura dos testículos direito e esquerdo. O mesmo procedimento foi feito com outras espécies de macacos, o Cebus flavius, o Cebus xanthosternos e o Cebus robustus, num total de 31 indivíduos.

De acordo com Plautino de Oliveira Laroque, pesquisador do Centro, havia pouca informação dessa natureza sobre os animais, que pudessem ser usadas como parâmetros, o que dificultava as ações de manejo para conservação das espécies. Agora, cada animal tem sua ficha de monitoramento; e o Centro de Pesquisas, um cadastro completo que certamente poderá ser muito útil num procedimento de pesquisa. | AGBio

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