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17/11/2009 - 12:48

Tecnologia micro-ondas surge como opção a Aterros Sanitários

Diversas cidades brasileiras têm apresentado interesse em implantar a tecnologia desenvolvida pela Propower Energ.y

Grande parte das maiores cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, entre outras, estão com problemas para dar destinação a todo o lixo produzido, seja porque os aterros sanitários existentes estão esgotados ou por ser muito complicado implantar novos aterros. Segundo dados do IBGE (2002), mais de 50% das 230 mil toneladas de resíduos domiciliares e comerciais recolhidas a cada dia no País vão para lixões a céu aberto, sendo que pouco mais de 40% chegam a aterros.

“Diariamente são produzidos no Brasil em média entre 750g e 1Kg por habitante por dia. Desse montante, papel, metais, vidro e plásticos podem ser reciclados, quando separados adequadamente. Depois de 8 anos de pesquisas financiadas pela Propower Energy junto a pesquisadores e cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina e Mato Grosso, conseguimos desenvolver uma solução tecnológica capaz de tratar resíduos, orgânicos, hospitalares, grande parte dos industriais e ainda com o re-aproveitamento energético gerar energia elétrica e combustível a partir deles”, afirma Luciano Prozillo, diretor da Propower Energy, responsavel pelo desenvolvimento deste projeto.

A tecnologia em questão envolve a utilização de micro-ondas, que já é utilizada para inúmeras aplicações no mundo todo, porém nunca voltada para o processamento de lixo.

Processo - Ao invés de ser depositado em um aterro, o lixo urbano, hospitalar ou industrial, o lixo é encaminhado para uma “Unidade de Tratamento de Resíduos”, onde o sistema de processamento começa com a triagem, onde são separados os materiais recicláveis e não recicláveis, sendo que o material orgânico restante será triturado e levado ao “Reator de Micro-ondas”, que transfere energia eletromagnética para o material, eliminando agentes patogênicos e grande parte da umidade residual. Esse processo é rápido e seu resultado, uma biomassa sem cheiro e sem contaminação, é transferida para uma Unidade Termogeradora que produzirá energia elétrica para o sistema.

O balanço energético é positivo: o sistema consome internamente apenas 15% do conteúdo energético, sendo assim totalmente autossustentável. O saldo de 85% restantes são distribuídos para o sistema ou podem ser aplicadas em outros processos – dependendo do propósito da unidade (Cidades, Indústrias ou Hospitais).

Além da transformação em energia, um outro processo associado à “Unidade de Tratamento de Resíduos Urbanos” é o Craqueamento do plástico, que por sua vez, gera combustível. “Para a geração de combustível, separamos o plástico na triagem e após uma reação termocatalica recupera-se as frações de hidrocarbonetos, resultando em diesel e gasolina”, explica Luciano. “Não se trata de biodiesel, mas do reaproveitamento de hidrocarbonetos contidos no material original, menos agressivo por não conter enxofre. O índice de conversão vai de 75% a 98%, dependendo do material utilizado”, explica Luciano.

As Unidades são moduladas a partir de 50 toneladas de processamento de lixo por dia, dependendo da demanda do município ou empresa. O primeiro projeto piloto está sendo instalado na cidade de Matozinhos em Minas Gerais e há negociação para algumas cidades do interior de São Paulo, como é o caso de Itu.

Projetos - Algumas apresentações oficiais vêm sendo realizadas em algumas cidades para introduzir o processo a prefeitos e equipes ligadas ao meio ambiente.

“Para a implantação em pequenos municípios, aos quais essa solução é mais adequada, é preciso incentivo do Governo”, diz Luciano Prozillo, da Propower Energy. “Nos últimos meses, temos feito diversas apresentações na região Sul e Sudeste e o retorno tem sido ótimo. Cidades como Araraquara, Tietê e Leme, todas no estado de São Paulo, já apresentaram grande interesse; no entanto, para ser efetivamente implantado o processo depende de um processo de licitação pública.”

As primeiras cidades a disponibilizarem a tecnologia são do estado de Minas Gerais e os recursos foram disponibilizados pelo Fhidro (Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais). O valor de R$ 20 milhões será aplicado em duas unidades de tratamento em municípios do entorno de Belo Horizonte e Bacia do Rio das Velhas.

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